terça-feira, 25 de outubro de 2011

Quando se Jogava Futebol na Ataíja de Cima

1999


Na época de 1998/1999, o Grupo Desportivo e Recreativo Ataíjense militava na 1ª Divisão da Associação de Futebol de Leiria e, no dia 2 de Maio de 1999, em casa, no Estádio da Rã, preparava-se para disputar mais um jogo do respectivo campeonato distrital, zona sul.

Já me não lembro de quem foi o adversário, nem do resultado do jogo (ganhámos, acho eu).

Aqui fica a fotografia, que tirei momentos antes do início do jogo, da equipa que alinhou nesse dia:

Em cima, da esquerda para a direita: Horácio (treinador); Vítor Ribeiro; Lino; João Pedro; Saul; Miguel Branco; Ramiro; Francisco Salgueiro (presidente) e Eduardo Catarino.
Em baixo, da esquerda para a direita: Carlos "Xona"; Vítor Lagarto; Luís Vigário; Francisco Daniel; Aníbal Catarino; Nuno Marinho e Sérgio Ventura.



Na versão inicial deste post, publicada em 19-10-2011 e que agora se substitue, solicitámos a colaboração dos leitores para a identificação dos elementos da equipa.
Essa colaboração chegou e agora já temos todos os jogadores identificados.
Obrigado Hélder Matias, obrigado Ana Ribeiro.


Nota: Anteriormente foi publicado neste blog um outro post sobre o GDRA, com foto da respectiva equipa da época de 1995/1996 (VER AQUI).


.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A Casa do Monge Lagareiro, II

também denominada ''Lagar dos Frades''




A Casa do Monge Lagareiro, classificada como IIP – Imóvel de Interesse Público pelo Decreto-Lei n.º 67/97, de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República, I Série, n.º 301, de 31-12-1997, é um exemplar de arquitectura civil pombalina, localizado na Estrada Municipal n.º 553 (ou Estrada do Lagar dos Frades), em Ataíja de Cima, Alcobaça, junto ao km 98 da Estrada Nacional 1 (IC 2) e a 200 metros a poente deste.

O Olival do Santíssimo (olival dos frades da Ataíja de Cima) e a Quinta onde se incluíam o Lagar dos Frades e a Casa do Monge Lagareiro, formavam em conjunto a exploração agrícola, já que o lagar se justificava para processar as azeitonas do olival e a Casa como armazém e residência do encarregado da gestão do olival e do lagar.

Lamentavelmente, a nosso ver, a classificação da Casa do Monge Lagareiro ignorou esse carácter, deixando de fora quer os vestígios ainda existentes do antigo lagar, quer o muro que rodeia a quinta, os quais me parece terem idêntica importância, histórica, arqueológica e arquitectural.

Edificados em data incerta, na segunda metade do século XVIII, no âmbito da actividade reformadora da ordem de São Bernardo levada a cabo pelo Abade Dom Frei Manuel de Mendonça que – em execução das políticas pombalinas - promoveu a plantação do olival dos frades e a construção do necessário lagar e casa do monge lagareiro, o lagar e a Casa foram erguidos dentro de uma quinta murada, junto à Lagoa Ruiva, da qual o lagar se abastecia de água, muito provavelmente através de uma galeria artificial de que falam testemunhos locais.

A lagoa está actualmente aterrada e ocupada pelo campo de futebol (estádio da rã) e pelo Largo do Cabouqueiro.

A Casa do Monge Lagareiro, agora muito arruinada, é um edifício de planta rectangular e dois pisos, actualmente com cobertura de uma água, pendendo sobre a fachada principal, a nascente. As paredes a norte e a poente são cegas. Dos dois pisos, o térreo destinava-se a serviços e armazenamento do azeite e o segundo a habitação do monge lagareiro que supervisionava o olival, a quinta e o lagar.

A fachada principal, virada a nascente (sudeste, mais rigorosamente) e à serra dos Candeeiros, apresenta no piso nferior duas janelas gradeadas, de moldura simples em pedra calcária da região, encimadas, no piso superior, por janelas com moldura de brincos e frontão de laços. Ao centro, um falso janelão cego, de moldura recortada, é encimado por uma grande e bem trabalhada pedra de armas de Cister, rematado por uma coroa de que actualmente só sobra a parte posterior.

No interior, as janelas do segundo piso surgem como janelas conversadeiras e as paredes divisórias usavam (já não usam, já tudo ruiu) como técnica de construção o chamado taipal à galega, “estrutura com prumos e barrotes de travejamento, tendo pelas 2 faces fasquias, também de madeira, e preenchendo-se o interior com argamassa de argila, cal, cortiça e azeite, obtendo-se assim maior leveza e durabilidade da estrutura e o isolamento térmico, com paredes frescas no Verão e quentes no Inverno” (Paula Noé).

No alçado sul existe uma escada exterior de acesso ao piso superior.

O conjunto da fachada era equilibrado pela existência de dois corpos laterais esconsos, adossados ao corpo principal.

O corpo norte está arruinado há, pelo menos, setenta anos e não tem qualquer ligação funcional com a Casa. Serviu, certamente, instalações do lagar.

O corpo sul, onde se situam os acessos ao edifício e cuja degradação mostra, agora, que foi meramente encostado ao corpo principal da Casa, apresenta ao nível do piso inferior um arco, entretanto parcialmente fechado para nele se abrir uma porta.

As instalações do lagar organizavam-se na fachada posterior, a poente, junto à qual ainda se vêem algumas das “virgens” onde articulavam as varas das prensas.

Pormenor do brazão de Cister, na fachada principal da Casa do Monge Lagareiro, aqui, ainda com a coroa inteira.
A foto, retirada do site do IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arquelógico ( http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/74418/)
é da autoria de técnicos do Ministério da Cultura e datada, segundo informação do IGESPAR, de 1987.
 
.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Salão Cultural Ataíjense

Fotos para a sua história

Fundado por iniciativa popular, em 1985, o Salão Cultural Ataíjense teve na sua génese o desejo dos ataíjenses de possuirem um espaço coberto onde pudesse reunir-se um elevado número de pessoas. Era, especialmente, sentida a falta de um lugar onde se pudessem celebrar festas (à falta de melhor local, a adega do meu pai, então totalmente devoluta, por o proprietário residir em Lisboa, serviu a um elevado – uns quinze, segundo julgo – número de casamentos).

O terreno foi adquirido a António Jorge por Luís da Graça, já com o propósito de ser oferecido à aldeia para a construção do Salão e, com trabalho voluntário e donativos de muita gente, o Salão foi construido.

Ainda com todo o interior do edifício em toscos, lá se fizeram festas de casamento e aí foi realizada, sob o impulso de Américo de Sousa Sabino, a grande exposição “Ataíja de Outros Tempos”.

14-12-1991 - António "Casal" e António Matias (entre eles vê-se Joaquina "Guilhermina", mulher do primeiro), então os homens mais velhos da aldeia, inauguram a exposição “Ataíja de Outros Tempos”.
À esquerda, aplaudindo, o mentor da iniciativa, Américo de Sousa Sabino.


1993 - Aspecto da fachada do Salão



1995 – Uma das várias festas realizadas para angariação de fundos para as obras do Salão. Aqui, um cortejo onde cada rua da aldeia decorou um veículo que transportava os respectivos donativos.



16-01-2000 – Com o primeiro andar ainda em toscos e num rés-do-chão absolutamente apinhado de gente, realizou-se o 1.º Almoço do Salão Cultural Ataíjense. Aí se tomou a decisão de que, de futuro, haveria sempre, no terceiro domingo de cada Janeiro, um Almoço Anual do Salão.



2000/2001 – Com o entusiasmo cimentado pelo êxito do almoço, deu-se início às obras de ampliação do Salão.



08-07-2001 – As obras de ampliação estão concluídas e prontas a ser inauguradas.


08-07-2001 – No renovado edifício, tem lugar o 2.º Almoço Anual do Salão Cultural Ataíjense.


A partir daqui, sem interrupções, o terceiro domingo de Janeiro tem sido, sempre, dia de almoço no Salão.

Na minha agenda já está reservado o terceiro domingo de Janeiro, dia 15-01-2012:

13.º Almoço Anual do Salão Cultural Ataíjense


.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A Casa do Monje Lagareiro

Um Imóvel de Interesse Público na Ataíja de Cima



A classificação como Imóvel de Interesse Público, a que se procedeu pelo Decreto-Lei n.º 67/97, de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República, I Série, n.º 301, de 32-12-1997, da chamada Casa do Monge Lagareiro, não teve qualquer repercussão no local.

Ao nível científico, apesar do enorme fascínio que o Mosteiro de Alcobaça e a sua história exercem sobre tantos intelectuais, com os historiadores à cabeça, também não parece que tal classificação tenha despertado grande interesse pelo monumento já que, depois disso, apenas foi publicado o estudo intitulado “Breve Noticia sobre o Antiguo Lagar dos Frades em Ataíja de Cima (Alcobaça)”, de Maria do Céu Simões Tereno(a), publicado na “Cistercium", Revista Monástica, Julio – Septiembre, 2001, n.º 224(b), estudo esse que constitui o “estado da arte”, no que ao conhecimento científico deste monumento diz respeito.

Nele, centrando-se na arquitectura e no estado actual (1999-2000?) do edifício, a autora descreve o que viu e hoje, passada cerca de uma dúzia de anos, se encontra um pouco mais arruinado.

O texto recenseia o essencial da bibliografia relevante e é acompanhado por seis desenhos (c), um dos quais é uma tentativa de reconstituição da planta dos edifícios, feita a partir da descrição de J. Vieira Natividade e dezassete fotografias, cuja leitura é muito prejudicada pela má qualidade da reprodução e ausência de datação.

Uma dessas fotografias, “Figura 23 Antigo Lagar dos Frades. Fotografia do conjunto do lagar, mostrando ainda a Lagoa Ruiva”, é a mesma que já tinha sido publicada por J. Vieira Natividade em ilustração ao seu artigo “As Granjas do Mosteiro de Alcobaça”, in Boletim da Junta da província da Estremadura, – 2ª Série, n.º 5, Lisboa, 1944(d)  (como, aliás, M. C. S. Tereno refere em Nota) e, com a legenda “Lagoa Ruiva e ruínas do LAGAR DOS FRADES (Ataíja)” está reproduzida na estampa XIII (1), inserta entre páginas 52 e 53 do livro “M. Vieira Natividade - Mosteiro e Coutos de Alcobaça - Alguns Capítulos Extraídos dos Manuscritos Inéditos do Autor e Publicados no Centenário do seu Nascimento, MCMLX” (e) .

Esta fotografia(f) é particularmente interessante, mostrando, em primeiro plano, a Lagoa Ruiva onde uma mulher lava roupa, uma criança brinca e um homem, com o seu carro de burro, enche uma barrica de água. Em segundo plano, vê-se a “Quinta”(g) , com o seu muro ainda quase intacto e a entrada, com as suas colunas e, em terceiro plano, as instalações do lagar, já bastante arruinadas e da Casa do Monge Lagareiro, esta com o telhado denunciando obras recentes (h).

Tudo somado, o que sabemos sobre o Lagar dos Frades da Ataíja de Cima e a Casa do Monge Lagareiro é, ainda, muito pouco e pode resumir-se ao que foi escrito por:
- Frei Manuel de Figueiredo, que dá notícia da sua construção;
- J. Vieira Natividade, que descreve o estado em que o encontrou no início do Séc. XX;
- Maria do Céu Simões Tereno, que descreve o estado em que o encontrou em 1999/2000.

No mais, a grande maioria dos diversos textos que se referem à Casa do Monge Lagareiro e ao Lagar dos Frades da Ataíja de Cima, não trás qualquer conhecimento novo.

Mas o tempo, esse grande escultor veio, recentemente, ensinar-nos mais alguma coisa:
A degradação do imóvel permite-nos ver, agora,  que o famoso janelão cego que domina a fachada armoriada da Casa do Monge Lagareiro, servindo de suporte ao imponente Brasão de Cister é, afinal, falso e não, ao contrário do que parecia, uma janela entaipada:



NOTAS:
(a) Arquitecta, professora na Universidade de Évora, Doutora em Conservação do Património Arquitectónico, com uma tese intitulada “Contributo da Perspectiva para a Salvaguarda de Monumentos Históricos”.
(b) A revista "Cistercium" é patrocinada pela Conferencia Regional Española de Monasterios Cistercienses de la Estricta Observancia.
(c) Além de plantas de localização às escalas 1/25000 e 1/4000.
(d) Republicado (sem ilustrações) em “J. Vieira Natividade, Obras Várias, II”, Edição da Comissão Promotora das Cerimónias comemorativas do I Aniversário da Morte do Prof. J. Vieira Natividade, Alcobaça, s/data (o Prof. J. Vieira Natividade nasceu em 22-11-1899 e faleceu em 19-11-1968, esta edição será, portanto, de cerca de 1970).
(e) O livro reúne um conjunto de inéditos de Manuel Vieira Natividade, escritos entre 1878 e 1918, coligidos pelo filho do autor, o Eng.º Agrónomo Prof. Joaquim Vieira Natividade. As fotografias não são datadas e não têm indicação de autor. No entanto, as insertas no referido Boletim, são aí mencionadas como sendo da autoria de J. Vieira Natividade.
(f) Provavelmente tirada nos primeiros anos da década de 1940.
(g) “Quinta”, é o nome porque, na Ataíja de Cima, sempre ouvi designar o terreno murado onde se situa a Casa do Monge Lagareiro.
(h) O espaço era, ainda na segunda metade do Séc. XX, utilizado como palheiro pelo proprietário, José Horta Henriques que foi conhecido por José Bernardo.

.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

TASQUINHAS 2011

7, 8 e 9 de Outubro de 2011

SALÃO CULTURAL ATAÍJENSE



Programa:

Sexta-feria, dia 07/10/2011, a partir das 23h30


    -Animação com PAULO NORTE + BANDA (APARTIRTUDO) e DJ RUI ALX
    - Petiscos vários (orelha, moelas, pica-pau, chouriço caseiro, morcelas  e farinheira)

Sábado dia 08/10/2011, a partir das 19h00

    -Animação com KARLITOS e DJ RUI ALX
Ementa para o jantar:
    - Misturadas
    - Canja
    - Galo com couves
    - Bacalhau à Lagareiro
    - Grelhados mistos

Domingo dia 09/10/2011, a partir das 12h30
    - À tarde, concertinas com Rafa, Nelson e José Júlio
    -À noite, animação com KARLITOS

Ementa para o almoço e o jantar:
    - Sopa de Pedra
    - Sopa de legumes
    - Ensopado de borrego
    - Papas à antiga com bacalhau
    - Grelhados mistos

NÃO FALTARÁ AGUA PÉ NOVA, ANIMAÇÃO, ALEGRIA E BOA DISPOSIÇÃO.

.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

IC9

Progressos

Uma viagem entre Tomar e a Ataíja de Cima, permite apreciar os progressos das obras em vários pontos deste troço.
No que diz respeito à Ataíja de Cima, os avanços mais evidentes residem no desenvolvimento da construção do viaduto que, pela Rua das Seixeiras, fará a ligação aos Casais de Santa Teresa, desenvolvimento esse que as duas fotos seguintes bem ilustram:

Foto de 11-09-2011



Foto de 02-10-2011



A grande importância para o desenvolvimento local que atribuímos à entrada em serviço do IC9, tem sido objecto de alguns textos neste blog, designadamente, os segintes:
http://ataijadecima.blogspot.com/2010/08/da-estrada-do-diamantino-ao-ic9.html
http://ataijadecima.blogspot.com/2011/07/sobre-o-tracado-do-ic-9.html

.