quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Empresas da Ataíja de Cima


JVP – Churrasqueiras

Continuando a dar conta da actividade económica e empresarial ataíjense faz todo o sentido, nestes dias frios que são característicos da época, trazer aqui uma empresa ataíjense especializada em calor.

A JVP Churrasqueiras, propriedade de José Vigário Pereira, é uma empresa com sede na Ataíja de Cima e fábrica no IC2, ao Km 96, nos Moleanos, instalada em terreno que já era propriedade familiar, uma vez que, pelo lado paterno, a família do José Pereira é oriunda da Ataíja de Baixo.

Em amplas instalações, ali se fabricam churrasqueiras em tijolo refratário, mesas e outro mobiliário de jardim, lareiras em pedra ou tijolo refratário, fornos, bancadas, e, num largo showroom, pode ser apreciada uma grande exposição de todos esses equipamentos e respectivos acessórios e, ainda, de salamandras, recuperadores de calor (com ou sem distribuição de calor pelas diversas divisões da casa) e fogões de sala, das principais marcas portuguesas e estrangeiras, encarregando-se a empresa da instalação de todos os equipamentos que fabrica e comercializa.

Consciente das realidades dos mercados, a JVP tem uma imagem de grande modernidade, com uma aposta clara na divulgação da sua actividade e produtos, com publicidade, para o mercado local, na Rádio Cister e mantendo na internet um excelente site (em português, inglês, espanhol, francês e italiano) e páginas no Facebook, o que lhe permitiu e permite alargar a sua carteira de clientes para todo o país e, até, o estrangeiro.

Visite
e

ou, no Facebook:
e

ou contacte a fábrica

Estrada Nacional 1 (IC2), Km 96, 2640-615 Moleanos
Telefone/Fax: 262502685
Telemóveis: 934201088 / 936777136

Coordenadas GPS (Google Maps): 39,5335, -8,9041


Pela minha experiência pessoal, só posso dizer que vale a pena negociar com a JVP.
A instalação de um recuperador, com distribuição de calor, mudou as condições de habitabilidade da minha casa, permitindo, ainda, uma evidente economia de lenha.
O profissionalismo, a amabilidade e os preços muito competitivos são razões suplementares para recomendar a JVP.
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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Duas aldeias desaparecidas

Nota para os eventuais leitores: Este post contém erros factuais que serão brevemente corrigidos
JQ 17-12-2013
O mapa das aldeias da nossa região tem-se mantido praticamente inalterado desde há vários séculos.

De facto, ainda hoje existe a grande maioria dos povoados mencionados na carta de doação dos Coutos de Alcobaça e, a maioria das capelas e igrejas existentes (indicadores bastantes seguros dos locais de povoamento), são do Séc. XVI ou anteriores.
No que, especificadamente, diz respeito a Aljubarrota (São Vicente) e tal como já referido em posts anteriores, em meados do Séc. XVII existiam as igrejas, capelas e ermidas de São Vicente o Velho, São Vicente o Novo (ambas junto ao limite norte de Aljubarrota), São João Baptista (nos Olheiros), Nossa Senhora das Areias (nos Chãos), São Sebastião (na Ataíja de Baixo), Santa Teresa (nos Casais de Santa Teresa, “nos Casais que estão além da Ataíja de Cima”, diz o Couseiro) e Nossa Senhora da Graça (na Ataíja de Cima).

Em meados do Séc. XVIII, mais exactamente, em 1758, o pároco de São Vicente, identifica os lugares da paróquia e a respectiva população e lá estão Aljubarrota (parte pertencente à Paróquia de São Vicente), com 263 pessoas, Ataíja de Cima, com 187, Casais de Santa Teresa, com 102, Chãos, com 92, Ataíja de Baixo, com 87, Cumeira de Baixo, com 72 e logo, com 57 pessoas em 20 fogos, Casais dos Belos.
Seguem-se, ainda, as povoações, mais pequenas, de Cadoiço, Pedreira (Moleanos), Casal do Rei e Vale Vazão com, respectivamente, 39, 30 19 e 11 habitantes.

Trinta e três anos depois, em 1791, no mapa elaborado para a construção da estrada de Rio Maior a Leiria, identifica-se, a norte e muito próximo do Val Vazão (aqui designado Casal do Vazão), uma nova localidade: Casal Novo.

Este Casal Novo, do qual restam, ainda, vestígios das construções há muito abandonadas, terá deixado de ser habitado em meados do Séc. XX.

Não sendo mencionado nas Memórias Paroquiais, não existia, certamente, como povoação, no ano de 1758 (o Val Vazão, ali ao lado, tinha apenas três fogos habitados e foi mencionado).
A ser assim, mais do que um casal novo, este foi um casal efémero que terá durado cem anos ou pouco mais.

Por outro lado, temos os Casais dos Belos. Esta povoação, referida, como vimos, nas Memórias Paroquiais era, ao tempo, em 1758, com os seus 20 fogos e 57 pessoas, um povoado relativamente importante ao nível da Paróquia.
No final do Séc. XVIII, em 1794 e 1795 e, ainda, em 1831, habitantes dos Casais dos Belos celebraram, confirmadamente, escrituras relativas a empréstimos mutuários.
Seja, a designação Casais dos Belos usava-se ainda quarenta anos depois do mapa acima referido.
Isso, leva-nos a acreditar que se trata de lugares diferentes, que o Casal Novo e os Casais dos Belos são povoações diferentes.
Do Casal Novo, sabemos onde era, embora não saibamos as razões do seu abandono.



Dos Casais dos Belos, não há qualquer notícia, ou memória.
Volto, pois à interrogação que já deixei num post anterior:

Onde é que eram estes Casais dos Belos?


NOTAS:
A bibliografia em que se apoia este texto pode ser pesquisada, neste blog, em “Couseiro” e “Memórias Paroquiais”.
Sobre a Estrada de Rio Maior a Leiria (estrada de D. Maria Pia), pode consultar-se o interessante livro de Ricardo Charter’s de Azevedo, “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”, colecção Tempos&Vidas-15, Edição Textiverso, Leiria, 2011.
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terça-feira, 13 de novembro de 2012

O carro de mão


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Toda a gente sabe o que é um carro de mão.
Basicamente, duas hastes horizontais onde, numa das pontas, funciona o eixo da roda e, nas pontas opostas, se segura com as mãos para elevar e deslocar. A meio, uma plataforma ou caixa para transportar a carga.
Hoje é fácil já que, por preço acessível, se podem encontrar carros de mão em qualquer loja de máquinas e ferramentas.
Mas, ainda não há muito tempo, sobretudo nas aldeias, os carros de mão eram raros, a maioria das vezes improvisados e, quase sempre, construídos pelo proprietário ou por alguém com mais jeito para a carpintaria.

Na Ataíja de Cima perderam-se, em tempos recentes, muitos dos objectos que eram utilizados pelos nossos pais e avós. 
Felizmente, no entanto, muitos outros ainda subsistem e as pessoas estão, agora, mais conscientes da importância de preservar esses objectos e, com eles, as nossas memórias.

Foi, por isso, com grande prazer que encontrei, recentemente, nas Tasquinhas 2012 do Salão Cultural Ataijense, este carro de mão artesanal:
Apenas, duas hastes de madeira, retiradas do mesmo tronco convenientemente curvo, roda e respectivo eixo também de madeira, aro e chumaceiras que são reaproveitamento de aros de vasilhas velhas, umas tábuas para criar a plataforma de transporte e dar solidez ao conjunto.

Não é o melhor carro de mão do mundo, desde logo porque, para facilitar o transporte e diminuir o peso a suportar pelo condutor, o centro de gravidade deve estar o mais perto possível da roda o que, aqui, não é o caso. Como, a roda deve ser flexível (pneu com câmara de ar) para evitar trepidações e superar mais facilmente qualquer pequena irregularidade do caminho mas, há-de ter facilitado muito a vida ao seu proprietário.


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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Candeia

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A chuva forte não permitiu, hoje de tarde, a continuação da apanha da azeitona.
Continuaremos amanhã, se o São Pedro quiser.

É, por isso, altura apropriada para relembrar que o azeite, ainda hoje um importante elemento da cozinha portuguesa e mediterrânica que tanto apreciamos, como tempero, em cru, de vegetais e  peixes cozidos ou grelhados e, cozinhado, como base de sopas, refogados e estufados, foi historicamente, muito mais do que isso.
Em toda a bacia mediterrânica, desde tempos muito antigos, o azeite foi a única fonte de iluminação doméstica.
Não, não era o petróleo que, antes da electricidade, servia de combustível de iluminação. Isso, foi apenas a partir de meados do Século XIX, quando começaram as modernas explorações de petróleo.
Ainda há cinquenta anos atrás, na Ataíja de Cima como em todas as aldeias de Portugal, havia, é certo, um candeeiro a petróleo em quase todas as casas.

Mas, a mais vulgar luminária era a candeia que, na cozinha, tinha a "ajuda" do fogo que ardia na lareira.



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