quarta-feira, 26 de junho de 2013

O Pintassilgo


 (Carduelis carduelis)
O pintassilgo é uma pequena ave, de cerca de 13 cm de comprimento e 20 g de peso, que se alimenta de sementes e grãos silvestres (como os tentilhões, pintarroxos, verdilhões e papa-figos, por ex.), embora durante a alimentação das crias procure, também, insectos. Gosta especialmente de sementes de cardos (no outono e inverno é frequentemente avistado em prados com muitos cardos) e dos cardos vem a origem do seu nome científico.
É comum em toda a Europa mas prefere o centro e sul, onde é residente durante todo o ano e para onde migram no inverno as populações do norte.
Fora da época da reprodução agrupa-se em bandos com algumas dezenas de indivíduos que, na época do acasalamento, se separam por pares, para nidificar em terrenos abertos e bordas de bosques, em parques e jardins, entre Abril e Maio, pondo 4 a 6 ovos azuis com manchas pretas, que eclodem ao fim de 11 a 14 dias.
O adulto possui a face vermelha e o resto da cabeça preta e branca. As asas são pretas com uma barra amarelo vivo, mais visível durante o voo.  O bico em forma de cone é grande, forte e pontiagudo, como é próprio das aves que se alimentam de sementes. Macho e fêmea são muito semelhantes, sendo praticamente impossível de distinguir os sexos no campo.

O pintassilgo tem um canto muito melodioso e, por isso, é frequentemente capturado para gaiola.
Trata-se, no entanto, de uma espécie estritamente protegida nos termos do Anexo II à Convenção de Berna Relativa à protecção da Vida Selvagem e do Meio Natural na Europa, pelo que são proibidas aa sua captura, detenção e abate, bem como a destruição dos ninhos.


Vem tudo isto a propósito de que um casal de pintassilgos resolveu nidificar num limoeiro que tenho no quintal, mesmo junto à casa e, descoberto o ninho, descobri também que, mesmo entre gente nascida no campo, aqui na Ataíja de Cima, começa a ser difícil encontrar quem distinga os pássaros.

As pequenas crias já quase não cabem no ninho e a mais desenvolta delas lança um primeiro olhar curioso ao mundo que a rodeia:


A mãe (ou o pai?) pintassilgo aproxima-se cuidadosamente do ninho, pousando num ramo do lado oposto do limoeiro:


As fotos foram tiradas no sábado, dia 11 de Maio de 2013. Mercê de uma dieta reforçada de que as fezes em redor do ninho são prova evidente os pequenos pintassilgos cresceram rapidamente e, apenas dois dias depois, na segunda-feira seguinte, ao alvorecer, abandonaram o ninho.

Pode ouvir aqui um pintassilgo a cantar: http://www.xeno-canto.org/45855





segunda-feira, 17 de junho de 2013

Leiteiros - Documentos obrigatórios


Como dissemos no post “A bilha do leite”, AQUI publicado em 30 de Julho de 2012, a “venda” do leite adquiria-se por trespasse e era um negócio fortemente regulado.
Assim, ser leiteiro implicava o cumprimento de um conjunto de deveres legais, cuja infracção era severamente punida (e não falo aqui das infracções de natureza penal, relacionadas com a falsificação do leite, designadamente por adição de água ou das medidas que, às vezes, havia a tentação de desgastar com lima, para ficarem um pouco mais pequenas).

Deixando, por agora, de lado as questões penais, concentremo-nos nas questões burocráticas.
Quanto a estas, tinha o leiteiro, obrigatoriamente, de estar inscrito na Junta Nacional dos Produtos Pecuários (JNPP).
Esta inscrição, não tinha qualquer outro objectivo prático que não o de permitir à Administração um conhecimento e controlo efectivo das pessoas que exerciam a profissão. De facto, lendo a Portaria n.º 13094, de 14-3-1950, não se encontra qualquer objectivo ou função para tal inscrição que não a “conveniente organização da recolha, transporte e distribuição” do leite.
Com a inscrição era passado um cartão de Vendedor Ambulante de Leite que o interessado tinha de ter sempre consigo:




De acordo com a lógica do sistema corporativo então vigente, o nº 3º da referida Portaria dispunha que: “Nas áreas onde existam organismos corporativos das actividades mencionadas no nº 1º a inscrição será feita por intermédio desses organismos”.
Significava isto que, existindo um Sindicato Nacional dos Vendedores Ambulantes de Leite do Distrito de Lisboa, de inscrição obrigatória, era através desse sindicato que tinha de ser requerida a inscrição na JNPP.





Finalmente, razões sanitárias, sobretudo as relativas a esse flagelo nacional que eram as doenças infecciosas, especialmente a tuberculose, levavam a que, pelo menos desde 1938 (Conf. DL n.º 28974, de 29 de Agosto de 1938),  se exigisse aos vendedores ambulantes de leite a posse de um Boletim de Sanidade que atestasse que não sofriam de doença transmissível.




À minha mãe, Maria Joaquina da Graça, a quem pertenceram os documentos reproduzidos,
Ao meu pai, João Lourenço Quitério
e a todos os homens e mulheres da Ataíja de Cima, da Ataíja de Baixo, do Casal do Rei, dos Molianos e de todas as aldeias da borda da serra que procuraram, na dura profissão de leiteiros em Lisboa, o sustento que não logravam na sua terra.



NOTA: O Decreto-lei nº 28974 (cujo link pode ser seguido acima) tem um preâmbulo (uma longa e autêntica exposição de motivos, como dizem os juristas) muito interessante e onde se podem colher importantes informações sobre o estado sanitário do país naquela época.
Tenha-se presente que as centrais de pasteurização de leite que aí se propunham, só vieram a iniciar a sua actividade mais de vinte anos depois.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ataíjenses na Guerra Colonial



A Ataíja de Cima não escapou à guerra colonial que, a partir de 1961 e até 1974, se desenrolou em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau e esteve directamente na origem do movimento militar que, em 25 de Abril de 1974, derrubou o governo e pôs fim ao Estado Novo, abrindo o caminho à implantação de um regime democrático.

Nesses cerca de treze anos, pelo menos 28 jovens ataijenses prestaram serviço militar em cenário de guerra.

Desses, oito, são, actualmente, já falecidos:

Francisco Coelho Agostinho (Chico Russo)
Francisco Coelho Vigário (Chico Barra)
Francisco Constantino Branco
João de Sousa Quitério (João Sapatada)
Joaquim Coelho Agostinho ((Joaquim Russo)
José Coelho Matias
José Ribeiro Vigário (José Sarrazina)
Manuel da Graça Veríssimo

Os restantes, felizmente ainda vivos, são os seguintes:

Alberto Tomaz Coelho                                                     
António Coelho Matias
António da Graça Salgueiro
Eduardo Cordeiro Dias
Fernando da Graça Veríssimo
Francisco da Silva Vigário (Chico Patoicho)
Francisco Dionizio Vigário (Chico Nazaré)
Francisco Eleutério dos Santos (Chico Casalinho)
Francisco Tomaz Coelho (Chico Delfino)
João Ângelo Coelho de Sousa (João Félix)
João Tomaz Coelho (João Delfino)
João Vigário Bernardino (João Casal)
Joaquim Lourenço Machado (Quim Fachia)
José Constantino Júnior (Pirata)
José Cordeiro Catarino
José da Graça Coelho (Zé Porfírio)
José da Graça Lourenço Quitério
José Gomes de Sousa (Zé Frade)
José Lourenço de Sousa (Zé da Ilda)
José Marques Coelho

A estes, deve juntar-se o Joaquim Costa Moura (Joaquim Luís) que, tendo nascido nos vizinhos Casais de Santa Teresa, reside na Ataíja de Cima desde o casamento e é, por isso, um dos nossos.

Vão juntar-se, no próximo sábado ao jantar, no restaurante Estreia Tempero, nos Molianos.

                                                                                                                     

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Escola da Ataíja de Cima vence concurso de canções

A vitória da Escola Básica do 1º ciclo da Ataíja de Cima no concurso promovido pela Academia de Música de Alcobaça veio dar à nossa aldeia um protagonismo inusitado nos meiosde comunicação alcobacenses.
Desta vez, reproduzimos a notícia a propósito publicada no Região de Cister da semana passada (6 de junho de 2013)


quarta-feira, 5 de junho de 2013

Escola da Ataíja de Cima vence concurso de Canções

Segundo informa a página do facebook da Academia de Música de Alcobaça, donde transcrevemos a notícia e a foto, a EB1 de Ataíja de cima venceu o 6º Concurso de Canções do 1º Ciclo do Concelho de Alcobaça.


Em segundo lugar ficaram o Centro Escolar de Alcobaça (4º A, 4º C e 4º D) e a EB1 de Póvoaseguidos na terceira posição da EB 1 de Carvalhal de Aljubarrota


A EB 1 de Ataíja de Cima foi a grande vencedora do 6º Concurso de Canções do 1º Ciclo do Concelho de Alcobaça, cuja Final decorreu no Jardim dos Paços do Concelho de Alcobaça durante a tarde de segunda-feira passada, dia 3 de junho, apenas dois dias depois do Dia Internacional da Criança (1 de junho), um mega-evento onde participaram todas as Escolas Básicas finalistas apuradas após várias eliminatórias realizadas no passado mês de maio. Já no segundo lugar, em ex-aequo, ficaram as turmas do 4º A, 4º C e 4º D do Centro Escolar de Alcobaça e a EB1 de Póvoa, seguidas na terceira posição pela EB 1 de Carvalhal de Aljubarrota.

Sob o tema “Mitos e Lendas”, o Concurso de Canções apresentou nesta edição uma nova imagem e logótipo que reafirmam a identidade do projeto e a promoção dos seus valores de performance musical em palco, pretendendo, mais uma vez, dar a conhecer o trabalho desenvolvido pela AMA no seu dia-a-dia nas áreas da música.

O Concurso tem como objetivos criar hábitos de performance, promover a interdisciplinariedade entre os alunos e fomentar a vivência de palco nas suas várias vertentes (musical, plástica, dramática e movimento).



1º Lugar
EB 1 de Ataíja de Cima

2º Lugar (ex-aequo)
Centro Escolar de Alcobaça (4º A, 4º C e 4º D)
EB1 de Póvoa

3º Lugar
EB 1 de Carvalhal de Aljubarrota