segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Subsídios para a História do Salão Cultural Ataíjense


III – O Ano de 1989

(Emblema do Salão Cultural Ataíjense,
inspirado no brazão existente na Casa do Monge Lagareiro
- pintura de Carlos Sousa, 2001)

No ano de 1989 continuaram as obras de construção do edifício do Salão, entrando-se na fase de acabamentos.
Instalaram-se as casas de banho, montaram-se portas e janelas e procedeu-se a rebocos e pinturas.

O estado das instalações já permitiu que tivessem servido de núcleo central das festas em honra de Nossa Senhora da Graça – que nesse ano tiveram lugar nos dias 29 e 30 de Abril e 1 de Maio.
A comissão das festas de Nossa Senhora da Graça fez imprimir um cartaz com o respectivo programa, por onde se vê que tiveram a participação dos seguintes artistas:
- Agrupamento musical “OS TRIUNFANTES”
- Conjunto “RENOVAÇÃO”
- Conjunto “OS PRIMOS” e,
- Agrupamento musical “LEONEL TEIXEIRA”

Nos dias 16 e 17 de Setembro, realizou-se a Festa do Salão, tendo em vista a angariação dos fundos indispensáveis para a continuação das obras e cujo ponto alto foi o “CORTEJO DE OFERENDAS”.

O programa dos festejos foi o seguinte:

Dia 16, Sábado:
- 20H00, baile com o organista e vocalista LUIS SILVA, da Benedita;

Dia 17, Domingo:
- 09H00 – Abertura do Arraial com quermesse, divertimentos e música gravada;
- 13H00 – Início do Cortejo de Oferendas, acompanhado pelo Agrupamento Musical “OS TRIUNFANTES”;
- 14h30 – Abertura do leilão das ofertas;
- 20H00 – Baile com o organista e acordeonista “ZÉ CAFÉ + GUIDA”;
- 23h00 – Sorteio das rifas.

Durante os festejos, estiveram disponíveis no Salão serviços de Bar e Restaurante.

Para divulgação da festa foi impresso um Cartaz.

Patrocinaram o evento as seguintes empresas:
- Vigário & Machado, Lda. - fornecedor de mármores, campas, cantarias e fogões de sala;
- José Constantino Júnior – trabalhos com equipamentos agrícolas;
- Elísio Martins Pimenta - mármores e cantarias;
- João Manuel Vicente Martins - oficina de móveis;
- José Lourenço de Sousa (Zé da Ilda) – fornecedor de materiais de construção;
- Café Centro - de Maria Lúcia Coelho Matias de Sousa;
- Casa dos Pneus dos Molianos;
- Automecânica Rodrigues - de José Martins Rodrigues;
- António Branco Gregório – fornecedor de materiais de construção civil;
- Manuel Cordeiro Catarino – Fornecedor de lenhas e cavacas;
- Café Restaurante “O APEADEIRO” – de Fernando Ribeiro Mariano;
- Alumínios Santa Teresa, Lda.

As receitas do ano atingiram o montante de 1.112.949$00, dos quais 425.000$00 foram entregues pela comissão da Capela de Nossa Senhora da Graça e 557.949$00 constituem o saldo positivo do Cortejo de Oferendas e Festa do Salão.

Atento o saldo negativo, transitado do ano anterior e uma vez que as despesas somaram 1.008.412$00, transitou para o ano de 1990 um saldo negativo de 957.341$00.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

14º Almoço Anual do Salão


.

No próximo dia 20 de Janeiro de 2013 terá lugar no SALÃO CULTURAL ATAÍJENSE o 

14º ALMOÇO ANUAL DO SALÃO.

As inscrições estão abertas e podem ser feitas, no Salão, até ao próximo dia 8 de Janeiro.

O TERCEIRO DOMINGO DE JANEIRO
É,
SEMPRE,
DIA DE ALMOÇO NO SALÃO!

Realizado, ininterruptamente, desde o ano de 2000, o almoço anual do Salão Cultural Ataíjense tem sido e continuará a ser o momento privilegiado de convívio de todos os residentes, naturais e amigos da Ataíja de Cima, uma grande festa que reúne centenas de pessoas, um encontro de familiares, vizinhos e amigos.

Hoje, quando os problemas económicos nos fazem, por vezes, perder o ânimo ou duvidar do futuro, mais importante é o reforço dos laços que nos ligam e, por isso, mais importante é a participação de todos.

O Salão Cultural Ataíjense, mais uma vez em obras para ampliação das instalações, tem, nestes anos, desempenhado um importantíssimo papel na vida social da Ataíja de Cima. 
Para que assim continue, é necessária a participação de todos.
Eu, por mim, lá estarei com a família.
Venha também!

Inscreva-se, até 8 de Janeiro!
.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Subsídios para a História do Salão Cultural Ataíjense


II - Ano de 1988
Obras de construção da Sede

(Emblema do Salão Cultural Ataíjense,
inspirado no brazão existente na Casa do Monge Lareiro
 - pintura de Carlos Sousa, 2001)

Prosseguiram as obras de construção do Salão e, na manhã de 25 de Abril de 1988, procedeu-se ao "enchimento da placa", seguindo-se um almoço com todos os que, voluntária e graciosamente, participaram nos trabalhos.
Sobre o assunto, o jornal O Alcoa, de 5 de Maio seguinte, publicou uma desenvolvida notícia salientando, merecidamente, o facto de o Salão só ser possível pela oferta feita por Luis da Graça de Sousa, do terreno para a sua construção.

Em 1 de Maio de 1988, tinha tido lugar um peditório na aldeia para angariação de fundos, tendo os donativos totalizado a quantia de 347.550$00 (trezentos e quarenta e sete mil quinhentos e cinquenta escudos).

Nos dias 17 e 18 de Setembro realizaram-se um Cortejo de Oferendas e a Festa do Salão, mais uma vez, com vista a angariar os fundos necessários para o prosseguimento das obras.

Os festejos abriram no sábado, dia 17, às 21H00, com um baile animado pelo organista Lúcio Ferreira e prosseguiram no domingo com um preenchido programa:
- 8h – Alvorada;
- 10h – Provas desportivas com atletismo infantil;
- 11h – Corrida de burros;
- 12h – Abertura do arraial com quermesse e música gravada;
- 14h – Concentração no Largo do Outeiro dos carros alegóricos transportando as ofertas de cada uma das ruas do lugar, seguido de desfile até ao Adro, acompanhado pelo conjunto musical “OS TRIUNFANTES”;
- 16h – Leilão das ofertas e continuação do arraial;
- 18h – Actuação do conjunto musical “STACK”

Durante os festejos estiveram disponíveis serviços de bar e restaurante.
A actuação do conjunto musical “OS TRIUNFANTES”, foi gratuita.
Para divulgação dos festejos foi impresso um cartaz onde, além do programa, constam os patrocínios ao evento, das seguintes empresas:
- Joaquim Salazar da Silva Marinho, mediador de seguros;
- José Lourenço de Sousa (Zé da Ilda), fornecedor de materiais de construção;
- José Manuel Coelho Vigário, Fábrica de Mármores e Granitos Polidos;
- Restaurante “O APEADEIRO”, de Francisco da Silva Salgueiro;
- Automecânica Rodrigues, de José Martins Rodrigues;
- Vigário & Machado, Lda;
- Café Centro, de Joaquim Gomes de Sousa;
- João Manuel Vicente Martins, oficina de móveis;
- Matias, Gomes e Maurício, Lda;
- LIMPEC, especializada em limpezas, de Francisco da Silva Salgueiro

Esta iniciativa gerou receitas no valor de 1.250.165$00, despesas no valor de 265.840$00 e, portanto, um saldo positivo de 984.325$00 (novecentos e oitenta e quatro mil trezentos e vinte e cinco escudos).

Conforme os documentos contabilísticos arquivados, o ano de 1988 fechou com receitas no montante de 1.580.375$00 e despesas no valor de 3.003.258$00 o que, atento o saldo transitado de 1987, representou um saldo negativo, a transitar para o exercício de 1989, no valor de 1.061.878$00.
.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Subsídios para a História do Salão Cultural Ataíjense


I - Anos de 1985 a 1987

(Emblema do Salão Cultural Ataíjense, inspirado no brazão
 existente na Casa do Monge Lagareiro - pintura de Carlos Sousa, 2001)

O Salão Cultural Ataíjense foi fundado em 1985, tendo antes disso o seu embrião funcionado no edifício da antiga escola primária, o qual constava de uma única sala de aulas, pelo que, a breve trecho, se concluiu que não tinha condições para satisfazer as necessidades da aldeia as quais eram, tal como então entendidas, a de existir um edifício suficientemente espaçoso que permitisse apoiar a realização das festas anuais em honra de Nossa Senhora da Graça e de Santo António e a realização de festas de casamento, baptizados, etc.

A inexistência de terrenos disponíveis, bem localizados no interior da aldeia, constituiu obstáculo que só foi ultrapassado com a compra que Luís da Graça de Sousa fez a Francisco Jorge do quintal da sua casa, com o expresso intuito de o doar para aí ser construído o Salão.

Porque se tratou de negócios meramente verbais, não dispomos de documentos ou outros elementos que nos permitam situar, com rigor, as datas dos factos.

Assim, nada há documentado relativamente aos factos e actividades que tenham tido lugar no ano de 1985.

Certo é que em Maio de 1986 se procedeu à demolição do edifício da antiga escola primária, como se vê de um documento (folha de 35 linhas) elaborado por João Lourenço Quitério que contém diversas notas relacionadas com a construção do Salão, anota, em 3-5-1986:
“dinheiro encontrado na demolição do clube – 26$00”
e
“uma viga vendida a Quim Fialho – 150$00”
O que indicia que, nessa data, já o terreno onde hoje se encontra a sede do Salão Cultural Ataíjense tinha sido adquirido.
O mencionado documento não permite concluir sobre outras actividades desenvolvidas nesse ano de 1986.

Em Maio do ano seguinte, 1987, começaram as obras da construção da sede e, datada de 8 de Junho desse ano, foi distribuída a toda a população e enviada a naturais emigrados, uma carta subscrita por um grupo de cidadãos que se intitularam “Comissão de Melhoramentos de Ataíja de Cima”, do seguinte teor:

“ Um grupo de naturais e residentes da Ataíja de Cima decidiram constituir-se em Comissão para a construção de um SALÃO, um espaço cultural e recreativo que tanta falta faz na nossa vida social.
A Ataíja de Cima não tem um local onde a sua população e os amigos que nos visitam nos dias festivos, se possam reunir, seja para discutir os seus problemas, seja para um espectáculo ou um baile, um casamento ou um simples convívio.
Como este empreendimento terá elevados custos, será necessária, para a sua concretização, a generosidade não só de todos os habitantes, mas também a dos naturais não residentes e outros amigos que queiram e possam ajudar-nos.
Contamos pois com o seu contributo, indispensável para a realização duma obra que é DE TODOS E PARA TODOS.
O seu contributo poderá ser prestado em materiais, dinheiro ou trabalho.
A Comissão
Vítor Manuel Figueiredo Ribeiro
José Lourenço de Sousa
Francisco Carlos Gomes Tomé
Joaquim de Sousa Maurício
José Marques Coelho
João Vigário Bernardino
João Lourenço Quitério

O documento já referido, elaborado por João Lourenço Quitério, sob o título “Dinheiro Recebido a favor do Novo Salão Ataíjense”, anota diversos donativos recebidos no período decorrido entre 8 de Junho de 1986 (data da carta acima transcrita) e 15 de Julho de 1987.

Um outro documento, também elaborado por João Lourenço Quitério, sob o título “Salão – Relação de Despesas (Pagas)”, anota despesas efectuadas e pagas entre 15 de Junho e 28 de Julho de 1987.

Um terceiro documento, elaborado pelo mesmo João Lourenço Quitério, sob o título “Novo Salão Ataíjense – Relação de Serviços Prestados” anota os trabalhos efectuados, no período compreendido entre 31 de Maio de 1987 e 24 de Julho seguinte, referindo, designadamente que em 31 de Maio foi feito o “alinhamento” e no dia seguinte, 1 de Junho, se procedeu à “abertua dos caboucos”.

Ou seja, quando a carta acima transcrita foi enviada já os trabalhos de construção estavam iniciados.

As obras continuaram durante todo o resto do ano, não se conhecendo, no entanto, outros documentos a elas relativos, salvo documentos de despesas que constam da respectiva contabilidade.

De acordo com os documentos contabilísticos arquivados, nesse ano de 1987, as receitas, provenientes de donativos e bailes, somaram a quantia de 763.100$00 (setecentos e sessenta e três mil e cem escudos), tendo os pagamentos efectuados somado 402.095$00 (quatrocentos e dois mil e noventa e cinco escudos).

O saldo transitado para o ano de 1988 foi, assim, de 361.005$00 (trezentos e sessenta e um mil e cinco escudos)
.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Empresas da Ataíja de Cima


JVP – Churrasqueiras

Continuando a dar conta da actividade económica e empresarial ataíjense faz todo o sentido, nestes dias frios que são característicos da época, trazer aqui uma empresa ataíjense especializada em calor.

A JVP Churrasqueiras, propriedade de José Vigário Pereira, é uma empresa com sede na Ataíja de Cima e fábrica no IC2, ao Km 96, nos Moleanos, instalada em terreno que já era propriedade familiar, uma vez que, pelo lado paterno, a família do José Pereira é oriunda da Ataíja de Baixo.

Em amplas instalações, ali se fabricam churrasqueiras em tijolo refratário, mesas e outro mobiliário de jardim, lareiras em pedra ou tijolo refratário, fornos, bancadas, e, num largo showroom, pode ser apreciada uma grande exposição de todos esses equipamentos e respectivos acessórios e, ainda, de salamandras, recuperadores de calor (com ou sem distribuição de calor pelas diversas divisões da casa) e fogões de sala, das principais marcas portuguesas e estrangeiras, encarregando-se a empresa da instalação de todos os equipamentos que fabrica e comercializa.

Consciente das realidades dos mercados, a JVP tem uma imagem de grande modernidade, com uma aposta clara na divulgação da sua actividade e produtos, com publicidade, para o mercado local, na Rádio Cister e mantendo na internet um excelente site (em português, inglês, espanhol, francês e italiano) e páginas no Facebook, o que lhe permitiu e permite alargar a sua carteira de clientes para todo o país e, até, o estrangeiro.

Visite
e

ou, no Facebook:
e

ou contacte a fábrica

Estrada Nacional 1 (IC2), Km 96, 2640-615 Moleanos
Telefone/Fax: 262502685
Telemóveis: 934201088 / 936777136

Coordenadas GPS (Google Maps): 39,5335, -8,9041


Pela minha experiência pessoal, só posso dizer que vale a pena negociar com a JVP.
A instalação de um recuperador, com distribuição de calor, mudou as condições de habitabilidade da minha casa, permitindo, ainda, uma evidente economia de lenha.
O profissionalismo, a amabilidade e os preços muito competitivos são razões suplementares para recomendar a JVP.
.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Duas aldeias desaparecidas

Nota para os eventuais leitores: Este post contém erros factuais que serão brevemente corrigidos
JQ 17-12-2013
O mapa das aldeias da nossa região tem-se mantido praticamente inalterado desde há vários séculos.

De facto, ainda hoje existe a grande maioria dos povoados mencionados na carta de doação dos Coutos de Alcobaça e, a maioria das capelas e igrejas existentes (indicadores bastantes seguros dos locais de povoamento), são do Séc. XVI ou anteriores.
No que, especificadamente, diz respeito a Aljubarrota (São Vicente) e tal como já referido em posts anteriores, em meados do Séc. XVII existiam as igrejas, capelas e ermidas de São Vicente o Velho, São Vicente o Novo (ambas junto ao limite norte de Aljubarrota), São João Baptista (nos Olheiros), Nossa Senhora das Areias (nos Chãos), São Sebastião (na Ataíja de Baixo), Santa Teresa (nos Casais de Santa Teresa, “nos Casais que estão além da Ataíja de Cima”, diz o Couseiro) e Nossa Senhora da Graça (na Ataíja de Cima).

Em meados do Séc. XVIII, mais exactamente, em 1758, o pároco de São Vicente, identifica os lugares da paróquia e a respectiva população e lá estão Aljubarrota (parte pertencente à Paróquia de São Vicente), com 263 pessoas, Ataíja de Cima, com 187, Casais de Santa Teresa, com 102, Chãos, com 92, Ataíja de Baixo, com 87, Cumeira de Baixo, com 72 e logo, com 57 pessoas em 20 fogos, Casais dos Belos.
Seguem-se, ainda, as povoações, mais pequenas, de Cadoiço, Pedreira (Moleanos), Casal do Rei e Vale Vazão com, respectivamente, 39, 30 19 e 11 habitantes.

Trinta e três anos depois, em 1791, no mapa elaborado para a construção da estrada de Rio Maior a Leiria, identifica-se, a norte e muito próximo do Val Vazão (aqui designado Casal do Vazão), uma nova localidade: Casal Novo.

Este Casal Novo, do qual restam, ainda, vestígios das construções há muito abandonadas, terá deixado de ser habitado em meados do Séc. XX.

Não sendo mencionado nas Memórias Paroquiais, não existia, certamente, como povoação, no ano de 1758 (o Val Vazão, ali ao lado, tinha apenas três fogos habitados e foi mencionado).
A ser assim, mais do que um casal novo, este foi um casal efémero que terá durado cem anos ou pouco mais.

Por outro lado, temos os Casais dos Belos. Esta povoação, referida, como vimos, nas Memórias Paroquiais era, ao tempo, em 1758, com os seus 20 fogos e 57 pessoas, um povoado relativamente importante ao nível da Paróquia.
No final do Séc. XVIII, em 1794 e 1795 e, ainda, em 1831, habitantes dos Casais dos Belos celebraram, confirmadamente, escrituras relativas a empréstimos mutuários.
Seja, a designação Casais dos Belos usava-se ainda quarenta anos depois do mapa acima referido.
Isso, leva-nos a acreditar que se trata de lugares diferentes, que o Casal Novo e os Casais dos Belos são povoações diferentes.
Do Casal Novo, sabemos onde era, embora não saibamos as razões do seu abandono.



Dos Casais dos Belos, não há qualquer notícia, ou memória.
Volto, pois à interrogação que já deixei num post anterior:

Onde é que eram estes Casais dos Belos?


NOTAS:
A bibliografia em que se apoia este texto pode ser pesquisada, neste blog, em “Couseiro” e “Memórias Paroquiais”.
Sobre a Estrada de Rio Maior a Leiria (estrada de D. Maria Pia), pode consultar-se o interessante livro de Ricardo Charter’s de Azevedo, “A Estrada de Rio Maior a Leiria em 1791”, colecção Tempos&Vidas-15, Edição Textiverso, Leiria, 2011.
.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O carro de mão


.
Toda a gente sabe o que é um carro de mão.
Basicamente, duas hastes horizontais onde, numa das pontas, funciona o eixo da roda e, nas pontas opostas, se segura com as mãos para elevar e deslocar. A meio, uma plataforma ou caixa para transportar a carga.
Hoje é fácil já que, por preço acessível, se podem encontrar carros de mão em qualquer loja de máquinas e ferramentas.
Mas, ainda não há muito tempo, sobretudo nas aldeias, os carros de mão eram raros, a maioria das vezes improvisados e, quase sempre, construídos pelo proprietário ou por alguém com mais jeito para a carpintaria.

Na Ataíja de Cima perderam-se, em tempos recentes, muitos dos objectos que eram utilizados pelos nossos pais e avós. 
Felizmente, no entanto, muitos outros ainda subsistem e as pessoas estão, agora, mais conscientes da importância de preservar esses objectos e, com eles, as nossas memórias.

Foi, por isso, com grande prazer que encontrei, recentemente, nas Tasquinhas 2012 do Salão Cultural Ataijense, este carro de mão artesanal:
Apenas, duas hastes de madeira, retiradas do mesmo tronco convenientemente curvo, roda e respectivo eixo também de madeira, aro e chumaceiras que são reaproveitamento de aros de vasilhas velhas, umas tábuas para criar a plataforma de transporte e dar solidez ao conjunto.

Não é o melhor carro de mão do mundo, desde logo porque, para facilitar o transporte e diminuir o peso a suportar pelo condutor, o centro de gravidade deve estar o mais perto possível da roda o que, aqui, não é o caso. Como, a roda deve ser flexível (pneu com câmara de ar) para evitar trepidações e superar mais facilmente qualquer pequena irregularidade do caminho mas, há-de ter facilitado muito a vida ao seu proprietário.


.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

A Candeia

.
A chuva forte não permitiu, hoje de tarde, a continuação da apanha da azeitona.
Continuaremos amanhã, se o São Pedro quiser.

É, por isso, altura apropriada para relembrar que o azeite, ainda hoje um importante elemento da cozinha portuguesa e mediterrânica que tanto apreciamos, como tempero, em cru, de vegetais e  peixes cozidos ou grelhados e, cozinhado, como base de sopas, refogados e estufados, foi historicamente, muito mais do que isso.
Em toda a bacia mediterrânica, desde tempos muito antigos, o azeite foi a única fonte de iluminação doméstica.
Não, não era o petróleo que, antes da electricidade, servia de combustível de iluminação. Isso, foi apenas a partir de meados do Século XIX, quando começaram as modernas explorações de petróleo.
Ainda há cinquenta anos atrás, na Ataíja de Cima como em todas as aldeias de Portugal, havia, é certo, um candeeiro a petróleo em quase todas as casas.

Mas, a mais vulgar luminária era a candeia que, na cozinha, tinha a "ajuda" do fogo que ardia na lareira.



.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Fundo da Igreja


Hoje e em 1973

A nascente da Capela de Nossa Senhora da Graça da Ataíja de Cima, abre-se um Largo, ladeado a sul pela Estrada do Lagar dos Frades e onde desembocam a Rua de Nossa Senhora da Graça, a Rua de Trás (agora chamada de Santo António) e a Rua das Hortas.
É um largo antigo que delimitava o núcleo urbano pelo lado nascente e onde se situavam algumas das casas mais antigas e arquitectonicamente importantes da aldeia: a norte, a do Machado, a qual tinha uma traça semelhante à de Amélia Ribeiro e desapareceu, já na segunda metade do Séc. XX, para dar lugar à de seu neto Manuel Matias; a nascente, a de João Veríssimo que é, pelo menos, do início do Séc. XIX e a do Pote Serrano (onde João Pereira fazia a sua barbearia) que é do Séc. XVIII ou, talvez, mais antiga e; a sul, a de Amélia Ribeiro, também do Séc. XVIII e que, em 1981, foi exemplarmente recuperada.

Este Largo não tem nome mas, eu sempre o conheci por O Fundo da Igreja.

Em 1973 não existia alcatrão na Ataíja de Cima e, no chão dos caminhos, o que se via eram as ásperas pedras sobre que assenta todo o núcleo urbano antigo.
Algumas casas começavam a ser vítimas de abandono ao ritmo da morte dos seus habitantes.
Os veículos automóveis eram raros e exigiam cuidados hoje dispensáveis como, a cada viagem, verificar o nível do óleo e da água do radiador.

É que o que podemos ver na foto seguinte, tirada no Verão de 1973, onde António Cordeiro, então residente em Lisboa, verifica os níveis da sua viatura, sob o olhar atento do Pedro Cordeiro.
O carro está estacionado no local agora ocupado pela sacristia da Capela. À direita vê-se uma arrecadação que pertencia a João Pereira e a casa que foi de Maria Constantino.



Passados que estão 39 anos, o aspecto do mesmo local é o seguinte:


.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Capela de Nossa Senhora da Graça

Hoje e há 23 anos


Em 1989, a festa de Nossa Senhora da Graça que, tradicionalmente, se realizava no dia 2 de Fevereiro, teve lugar em Maio, julgo que no primeiro Domingo. (A festa, entretanto, regressou à sua época tradicional, realizando-se no dia 2 de Fevereiro ou no Domingo mais próximo).

A fotografia seguinte, mostra o início da procissão à serra, nesse ano de 1989. À esquerda, olhando a câmara, está o Quim Novo, já falecido. A bandeira já lá vai, enquanto alguns fiéis ainda se preparam para integrar o cortejo e outros, verdade seja dita, não aparentam ar de se querer  fazer à caminhada que é longa e não muito fácil mas tem, a final, a recompensa, para além da fé de cada um, de um magnífico panorama.

A segunda foto, onde o cume da serra aparece encoberto pela evaporação da humidade noturna, foi tirada em 21-10-2012, sensivelmente do mesmo local e permite-nos perceber o que aí mudou nestes 23 anos.



E não haverá algum leitor que tenha uma foto.da capela com a sacristia do lado direito?

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Freguesia de Aljubarrota


.
Em sessão extraordinária, realizada no passado dia 3 de Outubro, a Assembleia Municipal de Alcobaça aprovou a proposta de fusão entre as Freguesias de São Vicente e de Nossa Senhora dos Prazeres, as quais passarão a constituir uma única freguesia, sob a denominação de Freguesia de Aljubarrota.

Antes, já as respectivas Assembleias de Freguesia tinham aprovado a fusão e também a CMA,  no dia 12 de Outubro, deliberou no mesmo sentido.

Estão assim concluídos, a nível local, os procedimentos necessários para que possa ser elaborado o projecto de lei a submeter à Assembleia da República a quem, nos termos constitucionais, cabe decidir sobre a criação e extinção de autarquias locais.

Tendo sido o primeiro a defender, por escrito, a fusão das freguesias de Aljubarrota (ver o texto “Novo mapa para as freguesias”, publicado no jornal Região de Cister, de 22 de Setembro de 2011), só posso congratular-me com o facto de a ideia da fusão das freguesias de Aljubarrota ter feito pacificamente o seu caminho e se ter tornado consensual, apenas com a oposição do BE e do PCP, formações políticas com fraca implantação local e, pelo menos no caso do PCP, apenas uma oposição de princípio, sem quaisquer argumentos factuais a sustentá-la.

A actual situação política, caracterizada por um rápido enfraquecimento do Governo e do prestígio do Ministro que deu a cara pela reorganização administrativa autárquica constitui, no entanto, um grave perigo que espreita e pode comprometer a desejada reorganização administrativa.

É minha convicção que a população de Aljubarrota não pode deixar-se afectar por esses problemas políticos, não pode deixar passar esta oportunidade e tudo deve fazer para que a criação da Freguesia de Aljubarrota se concretize.

Sejam quais forem as circunstâncias políticas, a verdade é que a Freguesia de Aljubarrota será a segunda maior freguesia do município, em área e em população, uma freguesia mais forte, com mais massa crítica, com todas as condições para fazer mais e melhor na defesa dos interesses próprios da sua população.

  O pelourinho poderá deixar de ser, apenas, uma recordação de tempos antigos e voltar a ser um símbolo do efectivo poder local.
.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

TASQUINHAS 2012

.
Nos próximos dias 19, 20 e 21 haverá, de novo, grande animação nas instalações do Salão Cultural Ataíjense, com  a edição 2012 das Tasquinhas.



Nas ementas, como sempre (e como tudo) fruto de trabalho voluntário, haverá;
- Orelha, moelas, pica-pau, canja, bacalhau à lagareiro, grelhados mistos, sopa da pedra e sopa de legumes e, ainda os pratos tradicionais, típicos da nossa terra:

- Chouriço e morcela caseira assados;
- Fritada;
- Misturadas;
- Borrego à Antiga
- Papas com bacalhau
- Galo com couves

A animação musical é a cargo de:

- Banda Groove (sexta-feira)
- JCPower (sábado)



- Banda do Maltês (domingo)



.
Coordenadas GPS: 39.554980, -8.900962
Coordenadas DMS: +39º 33' 17.93", -8º 54' 3.46"



.
.


sábado, 29 de setembro de 2012

Fotografias antigas


ou, Um casamento na Ataíja de Cima, em 1967
.
Uma das dificuldades com que me tenho deparado, nas minhas investigações sobre o passado recente da Ataíja de Cima, reside na falta de fotografias.
A Ataíja de Cima era, até há cerca de cinquenta anos, uma aldeia pobre, de economia exclusivamente agrícola, onde as fotografias eram muito raras, pelo que quase não existem provas gráficas da vida desses tempos.
Daí que só pela memória dos vivos possamos conhecer esse passado.

Por exemplo, a escola, o adro e a capela: não conheço nenhuma fotografia que mostre, com clareza, como eram há cinquenta ou mais anos.

Na foto que abaixo apresento, de um casamento realizado em Dezembro de 1967, consegue-se ver uma parte da fachada nascente da antiga escola e do cruzeiro que se encontrava no adro. 
Ao fundo, vê-se a chaminé da casa que foi de Sabino Vigário e Joaquina Baptista e o telhado do palheiro que hoje é do Zé Gordo e foi de Maria da Serra e do meu tio-avô António Agostinho.

As pessoas fotografadas, além dos nubentes, Luísa Rosa Dias (Luísa Antónia), filha de Antónia Rosa (ti’Antónia) e de António Dias (o Pato-Marreco) e João de Sousa Quitério (João Sapatada), meu primo, já falecido, filho de António Coelho Quitério (o Sapatada) e de Maria Cristina Coelho de Sousa (Maria Cordeira), são, quase todas, familiares dos noivos, uma boa parte delas do Cadoiço, (estes, descendentes de João Cordeiro que, como já referi em posts anteriores foi o doador do edifício da escola).



Voltando ao princípio deste texto:
Recuperar a memória fotográfica eventualmente existente, ainda que escassa, da Ataíja de Cima, é tarefa que não consigo fazer sozinho.
Apelo, pois, à colaboração dos leitores ataíjenses, para que disponibilizem as fotografias que possuam, sejam elas quais forem:
- retratos de pessoas, cenas de trabalho ou de festas, edifícios ou paisagens.

Para que todos possamos conhecer melhor o passado ataijense.
.

domingo, 23 de setembro de 2012

Festival das Sopas 2012

.
O tempo chuvoso não permitiu a realização do FESTIVAL DAS SOPAS 2012, no habitual e magnífico cenário do Largo do Cabouqueiro, onde ainda chegou a estar tudo preparado para o evento.
A solução foi transferir a festa para o SALÃO CULTURAL ATAÍJENSE que foi pequeno para acolher mais de 600 pessoas.

Evidentemente, as condições não foram tão boas como teriam sido se houvesse condições para a realização do evento ao ar livre, num espaço amplo, à sombra das árvores e á vista da serra dos Candeeiros e da Casa do Monge Lagareiro mas, a preocupação do presidente da direcção era exagerada, como, aliás, a boa disposição do seu antecessor parece querer transmitir-lhe:

E, a verdade, é que lá nos arrumámos todos, bem dispostos, obviamente satisfeitos com a enorme afluência,  orgulhosos com a capacidade de realização que, mais uma vez, os ataíjenses demonstraram e prontos a provar tantas sopas quantas em cada estômago coubessem.

Algumas das 16 sopas, das quais apenas consegui provar (o estômago não dava para mais), as misturadas, a sopa de chícharos, a sopa de pedra, a sopa de morcela, a sopa de abóbora e a sopa de peixe:










As pessoas não couberam todas na minha máquina fotográfica (que é das pecanicas):


 Parabéns a todos - e foram muitos, cerca de cinquenta - os que, com o seu esforço e entusiasmo, em regime estritamente voluntário, contribuíram para a realização daquele que já é, não tenho dúvidas, o maior evento gastronómico do concelho de Alcobaça e é, sobretudo, uma enorme manifestação da capacidade dos ataijenses para trabalhar em prol do bem comum..

Até para o ano. No Largo do Cabouqeiro. (se o São Pedro quiser).

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

FESTIVAL DAS SOPAS



Depois de uma pequena interrupção, para férias, volto ao convívio dos leitores do Ataija de Cima para lembrar que é já no próximo domingo, dia 23 de setembro de 2012 que terá lugar o

FESTIVAL DAS SOPAS 2012

As inscrições devem ser feitas no Salão Cultural Ataíjense:



  • Rua Lagar Frades, 2460-713 Aljubarrota (S.Vicente) Ataíja De Cima, Leiria, Portugal
  • Caros Ataíjenses e amigos da Ataíja de Cima!

    É com grande prazer que o Salão Cultural Ataíjense vos convida para o FESTIVAL DAS SOPAS 2012!
    O evento terá lugar como sempre nos jardins circundantes ao campo de futebol da Ataíja de Cima, este ano será dia 23 de Setembro de 2012.
    Teremos disponíveis 15 sopas diferentes, que serão acompanhadas dos habituais grelhados na brasa e bebidas à descrição durante a hora de almoço!
    Sobremesas serão um complemento à parte!

    O bar estará aberto ao publico a partir das 15:00 horas!


    PREÇÁRIO:
    - Adultos: €11.00 (incluí almoço, taça de barro e t-shirt do evento)
    - Crianças dos 6 aos 12 anos: €6.00 (incluí almoço, taça de barro e t-shirt do evento)
    - Crianças dos 0 aos 6 anos: não pagam, (incluí almoço, taça de barro) se pretender t-shirt do evento o pagamento é de €5.00)

    Claro que como em anos anteriores as sobras do almoço serão complemento de convivo durante toda a tarde!

    Desde ja agradece-mos a presença de todos os interessados!

    A ficha de inscrição esta disponível nas instalações do SCA ou pelo email do SCA scataijense@hotmail.com.



O ano passado, foi assim:

.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Piões


.

Numa região caracterizada pela absoluta falta de água superficial, como era o caso da Ataíja de Cima e de todas as aldeias da Borda da Serra, desde as Pedreiras até à Venda das Raparigas, o acesso ao precioso líquido exigia que, no tempo das chuvas, se procedesse ao seu armazenamento em cisternas ou lagos artificiais, bem como o aproveitamento de toda a que se acumulava em depressões naturais.

Assim, todos os locais onde era possível reter alguma água adquiriam uma importância decisiva na vida daqueles povos e tinham de ser, claramente, identificados.

A microtoponímia ataíjense é, disso, evidente reflexo:
Ele há as Barreirinhas, nos Arneiros, já perto da Figueira Pedral. O Canto do Barreiro, às Hortas, no caminho que vai de junto da casa que foi de José Bernardo, na direcção da Serra e o Barreirão, já na Ataíja de Baixo, onde havia um lagar de azeite que a esse barreirão ía buscar a água indispensável à laboração das azeitonas.
Em todos estes casos, são os solos barrentos, impermeáveis, que permitem conservar alguma água em depressões do terreno.

Quando atingiam dimensões e capacidade de armazenamento apreciáveis, permitindo o seu uso comunitário, passavam a chamar-se lagoas: a lagoa Ruiva, na Ataíja de Cima que era a maior de todas e a lagoa de Ferro, na Ataíja de Baixo, ambas entulhadas e, também na Ataíja de Baixo, a Lagoa Cova que ainda lá está e valeria a pena recuperar.
E havia as Lagoínhas (lagoas pequenas), a que se acedia pela Rua das Covas mas, hoje em dia, também já não retêm água.

E, os pocinhos (poços pequenos), do qual o mais conhecido é o Pocinho dos Casais, responsável pela grande mancha de verde que se vê em plena encosta da serra, em forte contraste com a secura envolvente.

As pias também eram topónimo, como encontrei numa escritura de 1867, relativa à compra de “um olival às pias” mas, cuja localização não pude confirmar.

Chegamos, finalmente, ao título deste texto.

Piões que nada têm a ver com brinquedos de crianças.

Piões, na Ataíja de Cima, eram pias naturais (pião como aumentativo de pia – pia grande), concavidades abertas, pela dissolução do calcário, na superfície das rochas, nas quais se acumulava água que era usada pelos pastores.

É por isso que temos um Vale Pião, um dos vales que se abrem desde o cume da serra dos Candeeiros e cujo nome se deve à existência de piões, onde pastores e animais podiam matar a sede.

Um dos blocos de pedra existentes no pequeno museu do cabouqueiro, junto à Casa do Monge Lagareiro, ilustra bem o que é um pião (a cavidade em primeiro plano está cheia de água):





terça-feira, 7 de agosto de 2012

Vaqueiros


.
Uma das soluções a que, durante toda a primeira metade do Séc. XX, os ataijenses recorreram, para fugir às agruras e carências da vida local, foi a emigração para a região de Lisboa, para tratar de vacas leiteiras.
Do que alguns fizeram profissão onde se mantiveram longos anos.

Entre muitos outros, seguiram esse caminho os irmãos João e Manuel Luís de Sousa (Ver Aqui), Porfírio Coelho e o irmão José Coelho (Ver Aqui), Francisco Jorge (ainda vivo e de quem me lembro, há muitos anos, como responsável de uma grande vacaria que então existia na Quinta do Carmo, em Sacavém, mesmo colada à Portela) e, episodicamente, muito jovem, João Rosa Dias (Janita).

Não que a vida de vaqueiro fosse uma boa vida, que o não era, desde logo por ser um trabalho sem folgas, sem domingos ou feriados. Os animais comem todos os dias e todos os dias as vacas tinham de ser tratadas e mungidas.

Mas, se todos os dias se trabalhava, todos os dias se ganhava alguma coisa. Isso fazia a diferença já que, na Ataíja daquele tempo, não havia trabalho, não havia onde se ganhasse um tostão, salvo na época da azeitona e pouco mais.

Sobre as condições em que esse trabalho de vaqueiro se realizava, é bem elucidativa a fotografia seguinte.



Nela vemos Porfírio Coelho, ainda jovem (a fotografia é, talvez, dos anos de 1930 ou inícios de 1940), numa dessas quintas dos arredores de Lisboa, descalço, camisa e calças arregaçadas, estas de cós largo, onde se enrola uma cinta. Junto à porta da vacaria, a bilha de boca larga, afunilada, para onde se mungia.

A cena é crua, como num filme neo-realista e, à evidente pobreza do vaqueiro, alia-se a decadência do cenário, quase ruínas, apenas contrapontada pela presença dos fios telefónicos, por onde, imagina-se, passará algum progresso, no entanto, muito longe e muito acima do protagonista.

Porfírio Coelho foi por muitos anos vaqueiro (a isso o obrigava as necessidades da vasta família que chegou aos sete filhos - de dois casamentos - e um enteado), trabalhando, segundo a memória familiar “em casa de uns Condes”, até 1948, quando teve de regressar definitivamente, por ter adoecido “dos pulmões”.

Esse regresso à aldeia, quando a filha mais velha tinha apenas 13 anos e o mais novo ainda estava para nascer, teve como consequência inevitável o prolongamento da pobreza, de que o Porfírio nunca se conseguiu livrar.

Apesar dessa pobreza, a casa do ti’ Porfírio foi uma casa onde, sempre, me senti bem e onde gostava muito de estar: Uma chuva de primos para brincar, um tio e uma tia sempre tolerantes com as crianças e … carapaus secos dentro de um crivo.
.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Festival das Sopas 2012


O Salão Cultural Ataíjense já está a preparar o Festival das Sopas, 2012:



“Caros Ataíjenses e amigos da Ataíja de Cima!

É com grande prazer que o Salão Cultural Ataíjense vos convida para o FESTIVAL DAS SOPAS 2012!
O evento terá lugar como sempre nos jardins circundantes ao campo de futebol da Ataíja de Cima, este ano será dia 23 de Setembro de 2012.

Teremos disponíveis 15 sopas diferentes, que serão acompanhadas dos habituais grelhados na brasa e bebidas à descrição durante a hora de almoço! 

Sobremesas serão um complemento à parte!
O bar estará aberto ao publico a partir das 15:00 horas!

PREÇÁRIO:
- Adultos: €11.00 (incluí almoço, taça de barro e t-shirt do evento)
- Crianças dos 6 aos 12 anos: €6.00 (incluí almoço, taça de barro e t-shirt do evento)
- Crianças dos 0 aos 6 anos: não pagam, (incluí almoço, taça de barro) se pretender t-shirt do evento o pagamento é de €5.00)

Claro que como em anos anteriores as sobras do almoço serão complemento de convivo durante toda a tarde!

Desde ja agradece-mos a presença de todos os interessados!

A ficha de inscrição esta disponível nas instalações do SCA ou pelo email do SCA scataijense@hotmail.com.”

FESTIVAL DAS SOPAS

ATAÍJA DE CIMA

23 de SETEMBRO de 2012


segunda-feira, 30 de julho de 2012

A bilha do leite


.
Agora o leite vende-se pasteurizado, UHT, desnatado, aditivado, gordo, meio-gordo, magro, com cálcio, com chocolate, tudo à vontade do cliente, em embalagem descartável.
Mas, há setenta anos, quando ser leiteiro ou vaqueiro em Lisboa era uma boa solução para tentar fugir às privações da borda da serra e uma grande quantidade de gente, das Ataíjas, do Casal do Rei e dos Moleanos o tentou, não era assim.

O leite, nas quintas, mungido por mãos calejadas, em muitos casos, também por conterrâneos nossos, era colocado em grandes bilhas de alumínio, de 50 litros (a firma Almeida & Freitas, Lda, de Vale de Cambra, ainda as fabrica e, nos Açores, é comum vê-las, ao dorso de mulas, a caminho do posto de recolha) que, chegadas ao posto da UCAL, eram despejadas em tanques e aí o recolhiam os leiteiros, em bilhas de latão de 20, 15, 10 ou 5 litros, com as quais iam fazer a “venda”.

A “venda” adquiria-se por trespasse e era um negócio fortemente regulado.
O leite, comprado na UCAL a 2$60 o litro, era vendido ao público a 3$00, sob a vigilância constante de uma frota de fiscais da Intendência Geral de Abastecimentos, capitaneada por um temível “seis dedos” que fazia perseguição feroz aos leiteiros, sempre de densímetro na mão, para garantir que os magros proventos da venda não eram aumentados à custa da adição de água.
Em resultado disso, a cadeia do Limoeiro foi habitação temporária para muitos desses nossos conterrâneos.
Só podia ser leiteiro quem possuísse o “cartão de sanidade” e fosse sócio do Sindicato Nacional dos Vendedores Ambulantes de Leite, exigências que, de resto, a partir de 1960 começaram a ficar em desuso.
Como a profissão que, também ela, começou a definhar com a entrada em funcionamento da Central Pasteurizadora de Leite de Lisboa e, rapidamente, desapareceu.

Em Janeiro de 1962, segundo a Portaria n.º 19086, de 20 de Março desse ano, o consumo de leite pasteurizado representava, já, cerca de um terço do total do leite consumido em Lisboa.
O meu pai tinha já trocado a vida de leiteiro pela de chauffeur de praça e também a minha mãe, talvez em 1964 ou 1965, abandonou a "venda", então já fortemente reduzida. 

Há dias reencontrei uma velha bilha (a bilha pequena, de 5 litros) com que os meus pais, calcorrearam milhares de quilómetros, entre a Almirante Reis e a Graça, levando leite a casa dos fregueses:




Notas:
1 - A UCAL, União das Cooperativas de Abastecimento de Leite de Lisboa, era uma organização corporativa que dispunha do monopólio do abastecimento de leite a Lisboa e, assim, à qual todos os produtores tinham, forçosamente, de entregar o leite para venda.
Na década de 1990 foi adquirida pelo grupo italiano Parmalat que, por sua vez, foi adquirido, em 2011, pelo grupo francês Lactalis.
A marca UCAL mantém-se, até hoje, no mercado.
.2 - A Central Pasteurizadora de Leite de Lisboa que era propriedade da Câmara Municipal de Lisboa iniciou o seu funcionamento, em regime experimental, em 1958, (ver Decreto-Lei n.º 41.772, de 4 de Agosto desse ano).
.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os Burros


.
Os burros já mereceram outras referências neste blog, fosse a propósito de uma visão pessoal do que era a Ataíja de Cima em meados do Séc. XX (AQUI),  fosse a propósito dessa figura que foi o José Barata (AQUI),  fosse, ainda, a propósito desse acessório, indispensável para atrelar o burro ao carro a que, na Ataíja, chamamos brunil. (AQUI)

Dois dos últimos (não sei, mesmo, se não serão os últimos) burros ainda existentes na Ataíja pertencem, um, a Manuel Carlos Tomé:


 E, o outro, ao meu primo João da Graça Coelho (João Porfírio):



Longe vão os tempos em que em cada casa havia um burro, auxiliar indispensável dos trabalhos agrícolas.
Já não há, sequer, tosquiadores ou ferradores como se vê do pelo e dos cascos dos animais fotografados. 

Mas, dos muitos burros que havia quando eu era pequeno, lembro-me, particularmente, de dois ou três casos:
O meu tio Porfírio (pai do João) herdou do meu avô José Agostinho um burro de corpo pequeno, pelagem totalmente preta (era o africano) e um feitio irrascível:
Detestava, especialmente, ser tocado na garupa, fraqueza que nós os miúdos explorávamos quando estava preso à manjedoura, picando-o com paus, o que dava azo a monumentais sessões de coices e pinchos.
Também o meu tio António Coelho Quitério (Sapatada) teve um burro com muito mau feitio. A esse não se lhe podia tocar nas orelhas que ficava completamente desvairado, tentando morder o autor da ofensa. Resultado: nunca se lhe tirava o cabresto.
Um outro burro deste meu tio foi, também, um animal notável: Sabia de cor o caminho para todas as terras do dono.
Chegado ao cruzamento com a Rua dos Arneiros, se virado para o lado da Ataíja de Baixo e mandado andar, era certo e sabido que só ia parar junto ao terreno que o meu tio aí tinha e a que chamávamos Terra da Ana, junto à Lagoa Cova.
Se, entrado na Rua das Seixeiras, se lhe soltasse a arreata, só pararia na Figueirinha e, assim, sucessivamente.
Mais complicado era levá-lo a Aljubarrota já que, passado o Penedo Furado, o bicho recusava-se a seguir em frente, enfiando-se para o caminho que aí existe, para o lado direito e, por sua vontade só pararia numa fazenda que o dono ali possuía. Só depois dessa manobra se conseguia dar-lhe a volta e continuar, então, para Aljubarrota ou Alcobaça.

Era burro e teimoso mas, tinha uma memória notável!


Glossário:
Pincho s.m. - Cabriola. O coice do burro, dado elevando a garupa, com as duas patas traseiras ao mesmo tempo. 
.



segunda-feira, 16 de julho de 2012

Fogareiro a petróleo


.
O fogareiro a petróleo não terá sido muito usado na Ataíja de Cima onde, na maioria das casas, se passou directamente da fornalha de lenha para o gás butano e, no ano de 2000, (apenas numa parte da aldeia, como ainda agora), para o gás natural.
É curioso notar que, em virtude da passagem do gasoduto e da existência de várias fábricas de cerâmica artística que eram grandes consumidoras de energia, a Ataíja de Cima teve acesso ao gás natural doméstico, muito antes da generalidade do país, incluindo Lisboa.
Quanto ao fogareiro, se não o usavam nas suas casas da Ataíja, havia muitos que o conheciam bem: usavam-no durante as suas migrações periódicas e nas casas onde viviam em Lisboa e arredores.

Num tempo em que a vida era verdadeiramente difícil, em Lisboa as casas dividiam-se por duas e, às vezes, mais famílias.
Foi assim com os meus pais e foi assim que conheci Lisboa. 
Primeiro na Vila Queiróz, no Bairro Andrade, ali entre os Anjos e a Graça, depois na Rua Carvalho Araújo, casas que partilhamos com famílias do Casal do Rei e dos Molianos (Joaquina Reis, Manuel Duarte) e também na Rua Luís Monteiro, ao Alto do Pina, onde fomos ocupar a parte de casa deixada vaga pelo regresso à Ataíja do ti’Luís da Graça.
Sobre a chaminé, dois ou três fogareiros onde se cozinhava, ao mesmo tempo, para duas ou três famílias diferentes.
Para cada uma, uma única panela, frigideira ou tacho, de onde apenas saíam cozidos, fritos ou refogados ou, mais raramente, estufados. Umas sardinhas, em seu tempo, implicavam uma imensa fumarada na varanda, ou o transporte do pequeno fogareiro de barro para o passeio onde, aí mesmo, na rua, se assavam.
Comida de forno, essa, só em raros domingos e por favor do padeiro: A minha mãe preparava o tabuleiro que se levava até à padaria em cujo forno cozinhava, no calor remanescente da cozedura do pão.

Conheço um desses fogareiros ataíjenses que resistiu, embora muito deteriorado, até aos dias de hoje.
Mas, a sua degradação é tal que já quase não permite perceber como funcionava, pelo que não julgo interessante colocar aqui uma sua fotografia.
Em novos, no entanto, eram assim:

 .

domingo, 15 de julho de 2012

Gente da Ataíja de Cima - O Zé Papoilo


.
Um destes dias, em conversa com um familiar, talvez porque eu tenha exposto uma ideia que lhe pareceu pouco acertada, ripostou ele rispidamente: E se te dissessem que eras primo do Papoilo? Gostavas?

Desde então, a coisa tem andado a remoer na minha cabeça. Mas porque diabo não havia eu de querer ser primo do Zé Papoilo?
A verdade é que, a família a gente têm-na.

E, os factos são os seguintes:

Papoila era a alcunha da minha tia Maria, irmã mais velha do meu pai.
Quando ela nasceu, por volta de 1908, tinham passado seis anos sobre o casamento dos meus avós que já pensavam em adoptar mas, afinal, ainda tiveram tempo para gerar e criar seis filhos.
A alcunha foi-lhe, ao que parece, dada pelo próprio pai, talvez por, como a flor, ser “leve” (das ideias).
O Zé, esse, nasceu em 1937, ainda a minha tia era solteira, filho de João Fosmino (Felismino) que, aliás, se chamava João Coelho, vindo-lhe a alcunha do facto de ser filho de uma Felismina e, de quem me lembro como uma figura magra e curvada que, quando estava com um grão na asa como, aliás, era frequente, falava, semicerrando os olhos pequenos, numa espécie de francês entaramelado de que nada se entendia, a não ser um monsieur insistentemente repetido.
Essa tendência para beber, mais do que o seu corpo pequeno aguentava e, as dificuldades em manter um discurso articulado eram, pelos vistos, antigas. De tal modo que quando, para grande desespero da minha avó, a filha apareceu grávida, lamentava-se a mãe:
- Eu nem sei como é que ela o percebeu.
 Ao que o meu avô terá respondido:
- Ora, apontou-lhe para a barriga e ela percebeu logo.

O Zé era amigo do cigarro e do seu copito e entornava-se com facilidade, o que o fazia, por vezes, chato e insistente. Uma cópia do pai. Os mesmos olhos pequenos, o mesmo corpo ligeiramente curvado e franzino, mal vestido e mal alimentado, carregando as sequelas de muitos maus tratos físicos, resultados da pobreza e do pouco juízo.

Teve uma vida aventurosa, fruto da sua fraca inteligência que o levava a ser pouco dado a compromissos e a vagabundear, às vezes por terras distantes, um pouco por todo o Portugal e, dizia, também por Espanha.
Apesar disso era, quando estava para aí virado, bom trabalhador e exímio cavador.
E, nem lhe faltava sentido de humor.
Um dia em que andava a cavar à jorna, durante o almoço que deglutia com vontade (era sua exigência que o pagamento incluísse sempre as refeições do estilo), diz-lhe o patrão:
-Ó Zé, comes bem!
A resposta foi rápida: - Pois como. Hei-de o ter!
Ou, certa vez em que alguém lhe chamou maluco: - Maluco és tu, que tens de trabalhar todos os dias.

O meu primo Zé Papoilo era um simples.

Tive conhecimento do seu falecimento por um telefonema que a minha mulher atendeu e me comunicou, acrescentando: Vais ao funeral? Claro, respondi-lhe. É meu primo.
E, no funeral do Zé Papoilo, estava uma boa parte da aldeia.
Isso, ainda agora, como quando escrevo estas linhas, me comove.
Afinal de contas, há muitas e diversas razões para se ir a um funeral: Porque somos amigos ou familiares do falecido. Porque somos amigos ou colegas de familiares do falecido. Porque o falecido era, de algum modo, importante e, ou, credor do nosso respeito ou admiração.
Em muitos casos, apenas, para ver e ser visto, ou porque pareceria mal não ir.
No caso do Zé Papoilo quase nenhuma dessas razões se aplicava. A sua desimportância, dispensaria quase todos de comparecer.
Quem foi ao funeral do Zé Papoilo, foi por uma única razão:
Porque quis.

Ou, talvez se tenham lembrado:

Bem-Aventurados os pobres de espírito, porque deles será o Reino dos Céus!



segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Texugo


.
O texugo (Meles meles) é um mamífero selvagem, de hábitos nocturnos, da família dos mustelídeos (cujo tipo é a doninha).
Animal de porte médio, tem cerca de 60cm de comprimento, 10 a 12 quilos de peso, cabeça e orelhas pequenas, o corpo é coberto de cerdas fortes (que já serviram para fazer pincéis de barba) nas cores branco e preto (cabeça e rabo) e cinzebto (corpo) e, caracteristicamente, duas faixas longitudinais pretas na cabeça branca. Nas patas dianteiras tem poderosas garras, com as quais escava as tocas, profundas e com vários túneis, câmaras e entradas, onde vive em grupo.
O território em redor da toca é marcado com várias latrinas (pequenas covas escavadas no solo, onde defeca e urina).
Escava a terra para arrancar raízes e bolbos e abre abóboras para comer o interior (de focinho estreito e afilado, é capaz de comer todo o interior de uma abóbora, através de um orifício aberto na casca).
É omnívoro (come quer animais, quer vegetais: ratos, insectos, répteis, minhocas e caracóis, frutos, raízes e bolbos).
Um dos aspectos mais curiosos da vida do texugo diz respeito ao seu sistema reprodutivo. é a chamada implantação retardada, caracterizada pelo facto de o ovo fertilizado só se implantar no útero vários meses após a fecundação, do que resulta que, independentemente do momento em que a fecundação teve lugar, as crias nascem sempre nos inícios do tempo primaveril.

O texugo era vulgar nos matos da Ataíja e, como as raposas, foi muito prejudicado com a construção, há 50 anos, da Estrada Nacional 1 que se configurou como uma barreira, separando a borda da serra e o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, do resto da região.
Ainda existe, ou existia muito recentemente, no Vale da Ribeira do Mogo, de resto agora atravessado pelo IC9 o que veio fragmentar, ainda mais, o seu habitat, reduzindo as suas possibilidades de deslocação em busca de alimento.

Por atacar sementeiras de abóboras e de milho, a sua caça era premiada pelo que se lhe montavam armadilhas e, capturado, era passeado pela aldeia e as pessoas davam comida e bebida ou dinheiro aos captores.
Vi apenas um nessa circunstância, transportado vivo dentro de uma gaiola improvisada. Ficou bem gravada na minha memória a agitação do animal tentando libertar-se da prisão, as enormes garras das patas dianteiras e o ar feroz que lhe davam os dentes arreganhados.
O seu destino final foi, ao que parece, ser comido em patuscada pelos captores.

É comum a ideia de existirem duas espécies: texugo-porco e texugo-cão. Mas, são a mesma.
A convicção popular de haver duas espécies de texugo, resultará do facto de sofrer grandes variações de peso (até 50%), conforme a época do ano, até porque, durante o Inverno, pode passar vários dias sem se alimentar (assim, será texugo-porco quando está gordo, [e por isso se diz de uma pessoa que está gorda que nem um texugo], e texugo-cão quando está magro).

É uma espécie protegida e a sua caça está proibida em Portugal desde os anos sessenta.
Os que se interessam pela vida selvagem, podem procurar vestígios da sua existência através da busca das entradas das tocas, de latrinas, ou de pegadas.


 (Pegada de Texugo - in:  http://serra-da-adica.blogspot.pt/2008/04/pegada-do-texugo-meles-meles.html, consultado em 9-7-2012)

Texugo no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros
(foto tirada em 8-5-2012, usando uma Canon EOS 350D Digital)
Autor da fotografia: Diogo Carvalho, a quem agradecemos ter, expressamente, autorizado a publicação 

Para conhecer melhor o trabalho de Diogo Carvalho: