terça-feira, 29 de novembro de 2011

Ataíja de Cima – Antes da História

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Apesar das difíceis condições de vida que, necessariamente, resultavam da agrura do solo, há por toda a região importantes vestígios de ocupação humana desde, pelo menos, o Neolítico(1).

Manuel Vieira Natividade, natural da vizinha povoação do Casal do Rei, onde nasceu em 20 de Abril de 1860, foi um profundo conhecedor e estudioso da região tendo, além do mais, desenvolvido um importante trabalho de arqueólogo(2), no âmbito do qual escavou dezenas de grutas (3), designadamente no vale da ribeira do Mogo (as chamadas grutas do Carvalhal) onde identificou abundantes vestígios do Neolítico e alguns do Calcolítico(4) e da Idade do Ferro.

Do Neolítico encontrou em Carvalhal, Carrascal, Lagoa do Cão, Carris, Turquel, Fonte Santa e Vale de Ventos, muitos objectos: machados de pedra polida, escopros, goivas e placas de arqueiro, facas, pontas de seta e punhais de sílex, placas de xisto gravadas fragmentos de cerâmica ornamentada e peças de cerâmica utilitária e muitos utensílios de osso: furadores, alisadores, cabos e alfinetes, .

Da Idade do Bronze, encontrou vestígios nas grutas das Redondas e do Carvalhal: pontas de lança, machados de diversos tipos, sovelas, punhais e braceletes.

Do período luso-romano, uma anforeta em Évora e uma estatueta de bronze no Carvalhal e, em muitos lugares, moedas, olaria, cerâmicas, sepulturas e pesos de tear.

Nesses tempos pré-históricos, os homens de então ter-se-ão estabelecido em redor da grande baía que ia desde para lá de Famalicão até Cós, povoando Alfeizerão, Cela, encostas do Bárrio, Famalicão, Valado, Fervença, Maiorga e Cós. E também o interior: Carvalhal, Aljubarrota, Évora, Alcobaça, Vimeiro, Santa Catarina, Turquel, etc., tudo lugares onde foram encontrados vestígios dessa ocupação(5) .

Assim, havendo provas de presença humana por toda a região, desde logo o Carvalhal, distante escassos dois quilómetros e sem obstáculos naturais que impedissem ou, sequer, tornassem penoso o acesso, certo é que as terras da Ataíja também foram frequentadas e percorridas, - quanto mais não seja no pastoreio dos animais já então domesticados, na peugada da caça e na recolha de lenha e frutos silvestres, - pelos homens do Neolítico. Aliás, o próprio M. Vieira Natividade, no mapa da “Provincia archeologica de Alcobaça” que elaborou em 1899, assinala “Athahija” como um dos locais onde encontrou vestígios do neolítico.


Mapa "Provincia archeologica de ALCOBAÇA", desenhado, em 1899, por M. Vieira Natividade, assinalando, para cada local, os tipos de vestígios arqueológicos aí encontrados. 
 
NOTAS: 
(1) Período da pré-história que decorreu entre 5000 a 2500 anos A.C., caracterizado pelo uso de instrumentos de pedra polida.
(2) Para além do muito que M. V. Natividade escreveu, existe numerosa bibliografia técnica sobre a sua obra de arqueólogo. Os leitores que, como eu, forem leigos na matéria, mais facilmente acederão ao inventário das grutas escavadas por Natividade e a informação sobre o espólio encontrado, em Carlos Mendonça da Silva, “Roteiro das Grutas de Alcobaça”, Edição da ADEPA, Alcobaciana 6, Alcobaça 1998, ou em Ana Cristina Araújo e João Zilhão, ARQUEOLOGIA DO PARQUE NATURAL DAS SERRAS DE AIRE E CANDEEIROS, Serviço NacionaI de Parques, Reservas e Conservação da Natureza, LISBOA, 1991.
(3) O homem do neolítico vivia em pequenos povoados ao ar livre e só ocasionalmente em grutas mas, estas eram, sobretudo, usadas para inumações funerárias e, daí, o encontrarem-se, nessas grutas, grande quantidade de objectos de uso quotidiano que lá eram colocados para acompanhar e proteger o espírito do morto.
(4) Período de transição dos instrumentos de pedra para os de metal (sucessivamente, cobre, bronze e ferro).
(5) Evidentemente, no período do Neolítico não existiam nenhumas destas povoações, pelo que todos estes nomes devem ser lidos, apenas, como referências geográficas aos locais aproximados onde foram localizados os vestígios.
 
 
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Há gás natural nos Fiéis de Deus?

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O local onde, há vários anos, a empresa de origem canadiana, Mohave Oil & Gas, vem a realizar prospecções na busca de hidrocarbonetos, na concessão designada Aljubarrota, é o mesmo sítio a que chamávamos Fiéis de Deus (fiais de Deus, dizia-se na linguagem corrente), a oeste da Ataíja de Cima, entre os matos dos Murtais, o Cadoiço e a Quinta do Mogo.

Trata-se de uma terra baixa, plana, com boa aptidão agrícola, no vale sedimentar por onde corre a Ribeira do Mogo e na exacta fronteira entre os terrenos calcários do Lusitaniano da beira-serra, e a zona de colinas do Jurássico e do Cretácio (ver Carta 7, in Carlos da Silva, Alberto Alarcão e António Poppe Lopes Cardoso, “A Região a Oeste da Serra dos Candeeiros”, Centro de Estudos de Economia Agrária, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1961).

Uma boa parte destes terrenos foi, ao longo do séc. XIX e até aos inícios do séc. XX, adquirido por famílias ataíjenses, num processo longo que passou, também, pela libertação dos foros que os oneravam.

É o caso, por ex., da venda que, em 05-04-1829 e pelo preço de 21$000, fizeram Bernardo de Sousa e mulher Maria Joaquina, do Cadoiço, a José da Trindade, do Casal do Pereiro, de “uma terra de pão com sua testeira de mato aos Fiéis de Deus, que confronta de Norte com António Carvalho, do Carvalhal, do Sul com Alexandre Rodrigues, de Aljubarrota, Nascente com José de Sousa, do Cadoiço e Poente com José Maria de Sousa, da Ataíja de Cima”. No mesmo dia, e no mesmo cartório do tabelião José Alexandre dos Santos Brilhante, os vendedores celebraram com o comprador uma escritura de constituição de um emprazamento perpétuo, pelo qual ficaram a pagar o foro anual de três alqueires e meio de trigo bom, limpo e capaz de moer, entregues na casa do senhorio.

Este foro veio a ser liberado pela “compra do domínio directo de um foro de três alqueires e meio ou quarenta e nove litros de trigo, imposto sobre uma terra de semeadura aos Fiéis de Deus, de que o comprador é enfiteuta”. O comprador foi Luís Ribeiro, da Ataíja de Cima, sendo vendedores José Trindade Oliveira e esposa D. Maria do Livramento Sousa e Oliveira, de Alcobaça que o possuíam por herança de sua mãe e sogra D. Maria Amália Trindade Oliveira.
O preço foi de 43$000 (escritura celebrada em Alcobaça, em 15-01-1912).

Agora que a importância agrícola daqueles terrenos está fortemente diminuída, ganha corpo a hipótese de ali se conseguir extrair, em condições economicamente interessantes, gás natural.

O que, a acontecer, seria bom mas, mais do que para a região, para o país que muito precisa de reduzir a importação de hidrocarbonetos e a chamada factura energética.

E, nesse dia, o topónimo Fiéis de Deus será esquecido e passará, definitivamente, à história.
 
Aspecto das instalações de prospecção de gás natural em Aljubarrota-3 (foto de 20-11-2011)
 
 
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terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Capela de Nossa Senhora da Graça - II

Obras - Séc.s XX e XXI



A capela de Nossa Senhora da Graça da Ataíja de Cima teve, durante séculos, um aspecto muito diferente do actual.

Depois das obras que sofreu no final do Séc. XIX, durante as quais a imagem do orago foi objecto de uma restauração da pintura e ficou como hoje a conhecemos, o tempo foi fazendo as normais deteriorações pelo que, quando eu era pequeno, o telhado que então era em telha tradicional, de canudo, exigia reparação urgente. Os pardais de telhado honravam o nome, fazendo centenas de ninhos sob as telhas e, interiormente, o tecto de madeira acusava com evidência as frequentes infiltrações de água.

Lembro-me de um domingo de primavera, há mais de cinquenta anos, dedicado à remoção dos ninhos, trabalho de que se encarregaram alguns rapazes, entre eles o Zé Maçarico que era conhecido pela sua agilidade e leveza.

Nesse dia, perante larga assistência, todo o espaço em volta da capela ficou coberto das palhas dos ninhos destruídos, ovos às centenas e muitas minúsculas crias de pardal, ainda peladas, acabadas de nascer e logo mortas, a bem do telhado da igreja e das searas onde, se os deixassem, não tardariam a fazer estragos que uma pobre comunidade agrícola não podia nem queria aceitar.


Obras profundas que alteraram substancialmente o aspecto exterior, essas só vieram mais tarde, a seguir ao alcatroamento da Estrada do Lagar dos Frades.

A sacristia era, então, do lado direito do corpo da capela e, com vista a resolver o problema do estrangulamento do caminho, foi ela derrubada e a estrada alargada e construída uma nova sacristia na cabeceira da capela-mor, tal como hoje existe.

Aproveitando o desnível do terreno, este anexo foi erguido em dois pisos, destinando-se o segundo a sacristia e o primeiro a usos diversos, inclusive, casa mortuária.

Em data que não recordo, no âmbito da reabilitação de rebocos e colocação de azulejos nas paredes interiores, foram destruídas duas pinturas a fresco que existiam na parede de fundo da capela-mor, ladeando o nicho da padroeira.

Representavam dois evangelistas, se não me engano, São Mateus e São Marcos.

Em data que também não recordo, a capela sofreu obras que, além do mais, elevaram o telhado da capela-mor para um nível ligeiramente superior ao do corpo da igreja.

Finalmente, em 2003, a capela foi objecto de profundas obras de remodelação que, inauguradas em 13 de Dezembro desse ano pelo Bispo de Leiria-Fátima, lhe conferiram o aspecto actual.

Durante estas obras foram alteadas as paredes e picado o reboco na parte que cobria as antigas paredes que, assim, estão agora de pedra à vista.

O Campanário de pedra que contém o sino e sobrepujava o cunhal do lado direito da fachada,  foi deslocado para o vértice do telhado e modificou-se o antigo óculo sobre a porta, onde havia um mostrador de relógio, abrindo-se um novo óculo, agora em forma de cruz grega, iluminado por vitrais.

A proteger a porta de entrada, foi construído um pequeno alpendre.

No interior, construiu-se um novo coro e substituiu-se o nicho onde está a imagem da padroeira, por uma cópia em mármore.

O nicho original da padroeira que, muito provavelmente, é obra da primeira metade do Séc. XVIII, é agora objecto de decoração no Adro.


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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A Capela de Nossa Senhora da Graça

da Ataíja de Cima


Construída no Século XVI, a primeira notícia escrita conhecida da ermida de Nossa Senhora da Graça, da Ataíja de Cima, é-nos dada pelo autor anónimo do “Couseiro”, obra que terá sido escrita em meados do Séc.XVII (seguramente, antes de 1657).

Como já referimos num outro post, ao inventariar as capelas da Freguesia de São Vicente de Aljubarrota, o autor do “Couseiro” refere-se à Ermida de Nossa Senhora da Graça, na Ataíja de Cima, dizendo que à respectiva fábrica (quer dizer, sustentação) “estão obrigados os moradores do mesmo logar”, explicando, na parte relativa à Capela de Santa Teresa, nos Casais, que a fábrica das capelas dos lugares era encargo dos respectivos moradores “porque estas ermidas foram feitas para a administração dos Sacramentos”.

Não deixa de ser curiosa esta explicação porquanto, dos sete sacramentos (actos de purificação das almas) da Igreja Católica: o Baptismo, a Confirmação (Crisma), a Eucaristia, a Penitência, a Unção dos Enfermos (Extrema-Unção), a Ordem (ordenação sacerdotal, reservado aos sacerdotes) e o Matrimónio, (ver Catecismo da Igreja Católica, in http://www.vatican.va/, parágrafos 1210 e seguintes), apenas três, a Eucaristia, a Penitência e o Matrimónio, são praticados numa capela rural, ou seja, a explicação é redundante, desde logo, também, porque todos os templos católicos são feitos para a administração dos sacramentos.

Quanto às características físicas da ermida, o “Couseiro”apenas  diz que “a imagem da Senhora é de vulto (é uma escultura a três dimensões), pintada, sem nicho, nem retábulo, nem sino” e, se compararmos esta descrição com as que faz, por ex., da ermida de São Sebastião, na Ataíja de Baixo, da qual diz que tinha “alpendre de colunas”, ou da ermida de São João Baptista, nos Olheiros que refere como “muito formosa” (e, continua a sê-lo, estando, aliás, em curso o processo para a sua classificação como monumento nacional), então, devemos concluir que, naquele tempo, (cerca de 1650, relembre-se), nada mais havia de notável na ermida de Nossa Senhora da Graça, da Ataíja de Cima.

Passados mais de cem anos, em 1758, o relatório do cura de São Vicente de Aljubarrota, inserto nas Memórias Paroquiais, dá-nos conta que: “a capella de Nossa Senhora da Graça cuja Imagem parece tam bem antiga e de pedra é do povo daquele lugar que se chama Ataija de Sima esta capella esta em um largo no meyo do lugar…….. alguns rendimentos que tem que servem para a fabrica da dicta Capella e festa da mesma Senhora que la faz em dia da oitava do Natal e nesse dia acode a ella bastante gente dos povos vezinhos, e tem também esta capella em o altar a imagem do Menino Jesus”.

Este texto nada nos diz sobre como seria a capela naquele tempo. Apenas acrescenta, ao que já sabíamos pelo “Couseiro”, que se situa num largo, no meio do lugar, que sobre o altar há, agora, uma imagem do Menino Jesus e que a festa da padroeira se realizava, nesta época, no dia 1 de Janeiro.

O facto de o “Couseiro” se referir a uma ermida e as Memórias Paroquiais falarem de uma capela, pode querer significar, se os vocábulos estão correctamente usados num e noutro caso, algum desenvolvimento urbano ocorrido na Ataíja de Cima entre meados dos Séculos XVI e XVII. É que ermida significa pequena igreja erecta em sítio ermo, desabitado, enquanto capela significa pequena igreja que apenas abre em determinados dias do ano e as Memórias Paroquiais afirmam que esta, agora, se situa no meio da povoação.

Não conhecemos outras fontes escritas que, até ao Séc.XX, se refiram à Capela de Nossa Senhora da Graça, da Ataíja de Cima.

Não sabemos, assim, quando a festa da padroeira terá passado a celebrar-se no dia 2 de Fevereiro. Como não sabemos quando nela terá sido colocada a imagem de Santo António, ou começado a celebrar-se a respectiva festa. Como não sabemos, ainda, quando lhe terá sido colocado o sino, nem as peanhas que ladeiam o nicho da Padroeira nem, mesmo, este nicho que, no entanto, face ao seu desenho, talvez seja da primeira metade do Séc. XVIII (o que, aliás, seria coerente com o desenvolvimento que a povoação terá tido nessa época).

Quanto à época da construção inicial da capela e da colocação nela da imagem da padroeira, parece não haver dúvidas, sendo os textos unânimes em aceitar que terá sido no Séc. XVI. É o caso, por exemplo, de Tesouros Artísticos de Portugal, Almeida, J. A. Ferreira de, (orientação e coordenação), Edições da Selecções do Reader’s Digest, Lisboa, 1976, onde se refere a capela de Nossa Senhora da Graça nos seguintes termos: “Situa-se em Ataíja e guarda uma escultura de pedra quinhentista representando o orago, prejudicada por uma infeliz repintura. Neste lugar existiu um convento de frades, hoje reduzido à fachada setecentista, brasonada”.

Sobre a “infeliz repintura”, dizia-me o meu pai que terá sido feita na viragem do Séc. XIX para o Séc. XX, por Raul da Bernarda.

E, na Ataíja, nunca houve um convento de frades.
Donde, mais uma vez se prova que não é prudente acreditar em tudo o que se ouve ou se lê.


 
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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A Rua da Penicheira

Uma antiga rua da Ataíja de Cima


Durante muito tempo dei voltas à cabeça pelo nome de uma das ruas mais antigas da Ataíja de Cima. Perguntei e ninguém me respondia. Eu sabia, lembrando-me das histórias que a minha avó me contava, nos serões à lareira da velha casa onde viviamos, que era um nome terminado em eira mas nada mais do que isso.

Finalmente, um dia que puxei ao António Matias por histórias antigas, ele lembrou-se: Rua da Penicheira!

Lembro-me bem desta rua, já então sem uso público e todas as casas que a marginavam do lado norte (nordeste, melhor dizendo) já sem habitantes e usadas como palheiros.

Trata-se, no entanto, de uma das ruas mais antigas da aldeia, da qual só resta um pequeno beco e desenvolvia-se entre e paralelamente às ruas de Trás (agora chamada de Santo António) e à agora chamada Rua de Nossa Senhora da Graça, nas trazeiras das casas que foram do Couto, de Porfírio Coelho e de Sabino Vigário.

Sobre uma das suas portas, informa-me o Arnaldo que conhece bem o sítio, por aí ter sido criado, está inscrita uma data do Séc. XVIII (ainda não tive oportunidade de confirmar a data exacta), o que atesta bem a sua antiguidade.

Há duzentos anos, talvez menos, a Ataíja de Cima era isto. O Lugar que se comprimia nestas três ruas paralelas e numa quarta que se começava a desenhar a sul. Em dezenas de casas pequenas, fortemente encostadas umas às outras, partilhando, muitas vezes, a parede divisória, viviam quase duzentas pessoas, entre a Calçada, onde agora é o supermercado da Lúcia e o fundo da Igreja, onde o largo era marcado pelas casas, mais abastadas, do Veríssimo, do Machado, do Pote Serrano e de Joaquim Heitor.

Já havia a casa alta do Outeiro, uma ou duas casas nas Seixeiras e outras tantas nos Caramelos e nos Arneiros e, talvez, o mesmo nas Hortas. Mas isso, eram arredores.

Já viveria nas Hortas o Horta que deu o nome ao sítio? Ou as hortas já lá se faziam e foi o sítio que apelidou o habitante?

E quem seria a penicheira, cuja memória ainda há uns cinquenta anos perdurava no nome de uma rua que já não existe? Ainda não sei, mas tenho esperança de lá chegar. Até agora, só encontrei Gisela Salvador  uma amiga de Joaquina Rosalia que, em 1944, lhe escreveu de Peniche. Terá uma coisa a ver com a outra? Talvez sim, ou talvez não que, quando vasculhamos na história, tropeçamos, frequentemente, em pistas falsas… e algumas são tão boas que, com o tempo, passam a verdadeiras.

Planta cadastral do Lugar, tendo assinalada, a vermelho, a Rua da Penicheira.


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