Festa em Honra de Nossa Senhora da Graça
Há mais de duzentos e cinquenta anos, em 1747, já
se realizava na Ataíja de Cima a festa em honra de Nossa Senhora da Graça, como
nos dá conta o Dicionário Geográfico do Padre Luiz Cardoso.
Naquele tempo, no entanto, era a festa celebrada
na oitava do Natal (dia de Ano Novo) e, 11 anos depois, de acordo com o relato
do Pároco de São Vicente, no relatório de 1758 inserto nas chamadas Memórias
Paroquiais, a ela acudia bastante gente dos povos vizinhos.
Assim continua a ser nos dias de hoje, já não
na oitava do Natal nem, como sucedeu há uns anos atrás em fins-de-semana
diversos, no mês de Maio mas, como era tradição e até quando remontava a
memória dos vivos do lugar, no dia 2 de Fevereiro.
A procissão à Serra, que é o momento alto da
festa, talvez se realize há menos tempo, uma vez que nenhum desses antigos
textos a refere. Certo é que se realiza há mais anos do que alcança a memória
dos vivos. Antes para abençoar os olivais e, agora que já quase não há olivais,
para abençoar os campos – embora, diga-se, também estes tenham sido, em grande
parte, substituídos pela indústria e já não desempenhem na vida ataíjense o
lugar central que foi seu durante tantos séculos.
Seja como for, o São Pedro que, como se sabe,
preside à meteorologia, resolveu intervalar no rigoroso inverno, brindando-nos
com um Domingo de clima ameno e sem chuva, o que propiciou a uma razoável
multidão subir à Serra, como o fizeram os seus antepassados.
O dia começa com o peditório na aldeia. Aqui, o Francisco Quitério nas suas funções de juíz da festa:
O local até onde vai a procissão é marcado por
um cruzeiro (erigido no ano de 1949 pela respectiva comissão de festas, de que
foi juiz o meu pai):
Daí, tem-se uma larga vista que vai até à Nazaré:
No limite das propriedades privadas com o
baldio serrano, pode-se passear numa vereda chamada o Caminho do Guarda:
Depois de uma caminhada de pouco mais de 2 km, a procissão aproxima-se do seu destino:
O Sr.
Padre Ramiro na sua alocução aos fiéis:
Cumprida a tradição e a devoção religiosa, a tarde prolonga-se em convívio que contou com a animação do Rancho Folclórico dos Casais de Santa Teresa, aqui, aguardando o momento de iniciar a sua actuação:
E, uma comissão de festas jovem, inovou apresentando, com grande sucesso, uma quermesse que era uma farmville ao vivo, onde as rifas premiadas davam direito a levar para casa legumes e frutas, ovos e uma grande quantidade de bichos, de coelhos a galinhas e, até, um porco (uma porca, como se vê pelo colar):
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