Só hoje me é possível dar aqui a notícia da inauguração
formal do Centro Pastoral e Casa Mortuária, que teve lugar no passado sábado,
dia 11 de Junho de 2022.
Porque a vida e a morte não esperam, a Casa Mortuária cumpriu
pela primeira vez o fim para que foi construída, em Outubro do ano passado, ainda
mal estava acabada e não mobilada.
Começámos por aí velar, com poucos dias de intervalo, a
dois grandes ataíjenses e outros se seguiram, nove até agora, cujos nomes aqui
ficam para memória futura:
Luís da Graça de Sousa
António Baptista Vigário
António Carlos Cordeiro
Manuel Coelho Matias
Joaquim Lourenço Machado
Abílio Tomás de Sousa
José Gonçalo de Figueiredo Pais
Daniel Tomás de Sousa
José Tomás Coelho
A casa mortuária era uma necessidade há muito sentida, uma
vez que a cave da igreja só muito deficientemente podia desempenhar tal função.
Temos agora um espaço amplo e digno onde velar os nossos mortos, o que só foi
possível, desde logo, porque os irmãos Rogério e Luís Vigário decidiram
adquirir todo o edificado que foi a casa e cómodos de seu avô, colocando-o à
disposição da comunidade e permitindo assim a construção da Casa Mortuária e do
Centro Pastoral, este dispondo de salas para catequese e outras actividades, casas
de banho, incluindo para pessoas com mobilidade reduzida e cozinha equipada.
O projecto, um excelente projecto, diga-se, foi desenvolvido pelo Sr. Arqº Carlos Laureano do
atelier CSLaureano Arquitectos, Lda e ocupa sensivelmente a mesma implantação e volumetria do antecedente, mantendo, agora
como pátio, o espaço que pertenceu à antiga Rua da Penicheira e guarda a
memória da antiguidade das construções que existiam no local, preservando uma
padieira de porta com a inscrição da data de 1795, bem como a fachada da casa
que foi de Sabino Vigário e Joaquina Baptista através da sua integração no alçado principal e contempla,
ainda, um belíssimo terraço de onde se alcança uma imponente vista sobre a
serra dos Candeeiros.
Foi ainda possível preservar, na execução do projecto, uma antiga
prensa de lagar de vinho e um peso de lagar de varas, ambos integrados nos
arranjos exteriores do lado da Rua de Trás (Rua de Santo António) e,
Mais importante, foi possível preservar integrando-o na
cabeceira da Casa Mortuária, o nicho original de Nossa Senhora da Graça, o qual
guardou a imagem da padroeira durante cerca de 300 anos e se encontrava no adro
desde que foi substituído aquando das obras na Capela no ano de 2003.
À cerimónia da inauguração compareceram, além de muita
população e do arquitecto autor do projecto, o Vereador da Câmara Municipal de
Alcobaça, Sr. João Santos e o Presidente da Junta de Freguesia de Aljubarrota, Sr.
José Lourenço em representação das autarquias que apoiaram a construção, a qual
só foi possível através de muitos contributos da população e do esforço da
comissão constituída por
Luís Santos
Rui Santos
Pedro Bernardino
Seguiu-se uma visita às instalações, que mereceram muitas manifestações
de agrado e um lanche-convívio que se prolongou pela tarde fora e para mim foi
especialmente saboroso porque me permitiu conversar largamente com muitos dos
presentes, todos amigos, alguns com quem já há muito tempo me não encontrava.
Uma padieira que se encontrava sobre uma porta virada à Rua da Penicheira (actual pátio do Centro Pastoral) demonstrando a antiguidade das construções que existiram no local e como essa rua era, em finais do séc. XVIII, uma das principais da aldeia.
O nicho de Nossa Senhora
da Graça integra agora a cabeceira da sala de velório
A imponente vista sobre a Serra dos Candeeiros que se alcança do terraço
Sem comentários:
Enviar um comentário