Cerca de 5 anos e meio depois do grande incêndio que, em 15 de abril de 2019, lhe provocou graves destruições, teve lugar no passado dia 7 a reabertura da Catedral de Notre Dame de Paris.
O Incêndio
começou na cobertura e provocou a queda do pináculo que, com o seu peso de muitas toneladas de madeira e chumbo, rompeu a
abóboda na zona do cruzeiro. O telhado ardeu totalmente e as empanas laterais
ficaram muito danificadas.
Notre Dame de Paris
(Nossa Senhora de Paris) cuja construção se iniciou em 1163, tendo as obras se prolongado
por cerca de 200 anos (o Mosteiro de Alcobaça começou a construir-se em 1178), é
um dos mais importantes monumentos religiosos da Europa, símbolo do Gótico, o
novo estilo arquitetónico que pelos séculos seguintes se iria afirmar por toda
a Europa, substituindo o chamado estilo românico que tinha sido o padrão nos
séculos anteriores (dos anos 900 aos anos de 1100).
Em Portugal o estilo
gótico tem uma evolução que vai da Igreja do Mosteiro de Alcobaça até ao
Mosteiro da Batalha, por muitos considerado o seu expoente entre nós.
Voltando a Notre
Dame, o terrível incêndio desencadeou em França e um pouco por todo o mundo uma
forte emoção, face ao que parecia ser o desaparecimento de uma das grandes
maravilhas arquitetónicas.
A isso reagiram o
Presidente da República Francesa que desde logo afirmou que a Catedral iria ser
reconstruída e, ao seu apelo para a participação de todos nessa reconstrução,
responderam os mecenas doando uma quantia na ordem dos 800 milhões de euros,
mais do que o custo total das obras.
O Presidente
Macron tinha, ainda, estabelecido o objetivo de que as obras fossem concluídas
a tempo dos Jogos Olímpicos de Paris, o que só por escassos meses não foi
conseguido.
Na sua imensa
complexidade os trabalhos de reconstrução exigiram uma preparação que demorou
dois anos, implicando o estabelecimento de estruturas provisórias de
sustentação e protecção, a remoção e análise dos escombros e uma alargada
discussão sobre os objectivos da reconstrução, tendo prevalecido a decisão de
reconstruir a Catedral tal como se encontrava em vésperas do incêndio, sendo
certo que esse era o resultado de uma alargada intervenção ocorrida em meados do
século XIX, sob a direção do arquiteto Viollet-le-Duc, o qual deu à Catedral o aspeto
que lhe conhecíamos antes do incêndio e agora retomou.
Para uma
descrição alargada do que foi o incêndio e as opções e obras de reconstrução da
Catedral podem os mais curiosos ler o artigo Notre-Dame depois do incêndio e outros sobre o mesmo assunto,
publicados na National Geografic Portugal.
Tratou-se de uma
tarefa gigantesca que envolveu enormes quantidade trabalhadores, empresas e
materiais. Por exemplo, a cobertura do telhado exigiu a utilização de cerca de
4.000 metros quadrados de placas de chumbo, foram restauradas ou feitas cópias
de cerca de 2.000 estátuas e 2.400 carvalhos foram cortados para fornecer a
madeira para reconstruir as estruturas do telhado e do pináculo.
A queda do
pináculo e o resultante rompimento da abóboda provocaram danos designadamente
no altar e é essa a razão deste post, pois foi aqui que a indústria ataíjense
participou na reconstrução da Catedral.
A MVC -
Portuguese Limestones, pode
legitimamente orgulhar-se de todos os degraus, feitos em pedra moleanos, terem sido produzidos na
empresa.
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