A Diocese de Leiria foi criada, a pedido de D. João III, pelo Papa Paulo III em 22 de Maio de 1545 e ampliada em 1585, com a integração das paróquias de São Vicente de Aljubarrota, Alvados, Arrimal, Seiça, Fátima, Freixianda, Juncal, Mendiga, Minde, Olival, Ourém, Porto de Mós (São João, São Pedro e Santa Maria) e Serro Ventoso.
Como se diz no COUSEIRO:
“No ano de 1585, uniu o Sumo Pontífice (Sisto V) a este bispado a vila de Ourém e seu distrito, que teve somente efeito na jurisdição, da qual se tomou posse pelo bispo D. Pedro, em 14 de Junho de 1586”. Na mesma data, foram integradas a vila e termo de Porto de Mós, com suas paróquias, e “metade da vila de Aljubarrota, que era a freguesia de S. Vicente, que veio juntamente nesta união, assim renda para o cabido, como jurisdição para o Prelado”. Todos estes territórios pertenciam ao arcediagado de Santarém e ao arcebispado de Lisboa.
Nessa época, já estavam constituídas as seguintes paróquias, algumas fundadas desde o primeiro povoamento cristão, e outras ao longo dos tempos, até esse ano de 1586: na vila de Ourém, Santa Maria, S. Tiago, S. Pedro e S. João; no seu termo, as da Freixianda (séc. XIII?), Seiça (1517), Olival (séc. XIII?) e Fátima (1568); na vila de Porto de Mós, S. Pedro, S. João e Santa Maria; no termo, as paróquias de Minde (cerca de 1555), Alvados (entre 1555 e 1559), Arrimal (depois de 1526), Mendiga (depois de 1526), Serro Ventoso, Juncal (1554?) e S. Vicente de Aljubarrota (antes de 1429).
No início do Séc. XVII (1606), sendo bispo D. Martim Afonso Mexia (1604-1615), procedeu-se, sob a direcção do arquitecto Pêro Moreira, à reconstrução da igreja de São Vicente de Aljubarrota.
Em 9 de Outubro de 1614, o Papa Paulo V, pela bula “Decet Romanum Pontificem”, integrou no bispado de Leiria as paróquias de Nossa Senhora dos Prazeres de Aljubarrota e de Alpedriz, até então pertencentes ao arcebispado de Lisboa.
A Diocese veio a ser extinta em 30 de Setembro de 1881, por bula de Leão XIII, tendo uma parte das paróquias sido integrada na Diocese de Coimbra e as restantes 25 no patriarcado de Lisboa: quatro paróquias do actual município de Alcobaça (Nossa Senhora dos Prazeres e S. Vicente de Aljubarrota, Alpedriz e Pataias); duas da Batalha (Batalha e Reguengo do Fetal); onze de Porto de Mós (Alcaria, Alvados, Alqueidão da Serra, Arrimal, Juncal, Mendiga, Minde, Mira, Porto de Mós [S. João e S. Pedro] e Serro Ventoso); oito de Ourém (Espite, Fátima, Freixianda, Olival, Ourém, Rio de Couros, Seiça e Vila Nova de Ourém).
Em 17 de Janeiro de 1918, o Papa Bento XV, restaurou a Diocese e, em 25 de Março de 1957, a sua área foi de novo aumentada com a integração da freguesia de Formigais, desanexada do patriarcado de Lisboa.
A partir da refundação, sob o governo do Bispo D. José Alves Pereira da Silva e devido ao fenómeno de Fátima que, aliás, levou à alteração da sua designação para Diocese de Leiria-Fátima, atribuída por bula de João Paulo II, de 13 de Maio de 1984, a Diocese de Leiria acabou por se transformar numa das mais importantes dioceses portuguesas e é composta por nove vigararias: Batalha – na qual se integram as paróquias de Alpedriz, Batalha, Calvaria, Juncal, Reguengo do Fetal e Nossa Senhora dos Prazeres e São Vicente de Aljubarrota -, Colmeias, Fátima, Leiria, Marinha Grande, Milagres, Monte Real, Ourém e Porto de Mós.
A Ataíja de Cima integra, assim, a Diocese de Leiria desde 1585.
NOTA: Na elaboração deste texto recorremos às seguintes fontes de informação:
- O Couseiro, ou memórias do bispado de Leiria;
- A Diocese de Leiria-Fátima, por Luciano Coelho Cristino, in Catedral de Leiria;
- Diocese de Leiria-Fátima, por Saul António Gomes, In Dicionário de História Religiosa de Portugal, Vol. 3, Círculo de Leitores, Lisboa 2001;
- http://www.leiria-fatima.pt/
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