Numa casa rural típica da Ataíja de Cima da minha meninice, os objectos, os utensílios e as ferramentas eram poucos e muitos deles improvisados. Por contraste, alguns dos existentes tinham uma utilidade muito específica, não servindo senão numa determinada época e, alguns deles, apenas uma vez por ano.
É o caso dos instrumentos e outros objectos próprios da matança do porco: A escápula onde se dependurava o animal morto, o grande tacho de barro onde se cozinhava a cachola, o sovelão a que chamávamos o cebolão, os pequenos funis de lata que serviam para encher as tripas e fazer as morcelas e demais enchidos, a faca com que se abria e desmanchava o animal e ficava o resto do ano cuidadosamente guardada, embrulhada em papel pardo e o tabuleiro das tripas de que hoje falamos.
Dependurado o animal, o desmanchador abria-o com um golpe vertical no ventre e, cuidadosamente, para que se não rompessem, ia puxando e retirando as tripas que suavemente deslizavam para o tabuleiro, para irem a lavar.
E para mais nada servia este tabuleiro.
O tabuleiro que aqui apresentamos, foi da minha tia Joaquina Pequena, tem várias dezenas de anos de existência e mantêm-se na família como memória desses tempos já antigos.
Um desenho, à escala, do mesmo tabuleiro:
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Olá, por ventura sabe onde se pode adquirir um nos tempos de hoje? Tenho procurado mas sem resultados
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