Motivados por uma desusada vaga de assaltos a residências na Ataíja de Cima, publicámos no semanário Região de Cister, de 22 de Março de 2018, um texto com o título acima.
Depois disso, têm-se multiplicado quer na imprensa local quer, sobretudo, nas redes sociais, relatos de uma persistente criminalidade, relativa a assaltos, roubos e tráfico de drogas, entre outros.
Depois disso, têm-se multiplicado quer na imprensa local quer, sobretudo, nas redes sociais, relatos de uma persistente criminalidade, relativa a assaltos, roubos e tráfico de drogas, entre outros.
Tudo perante o silêncio das autoridades municipais e policiais e a ausência de notícias que nos digam que os criminosos vão sendo
apanhados, julgados e condenados, ou de estatísticas que nos mostrem que as
coisas estão a melhorar (e não a piorar como parece ser o sentimento geral).
É por tudo isso que me parece que mantém pertinência a
pergunta e se justifica a republicação, aqui no blog, do referido texto.
Há um problema de
segurança em Alcobaça?
Há muitos anos, calhou-me integrar a associação de pais de
uma escola secundária, então frequentada pelos meus filhos.
Uma das questões recorrentes era o enorme rol de queixas relativas a pequenos furtos que afectavam os alunos e, quase sempre, apontavam numa direcção: um ou dois bairros próximos da escola onde, a par com habitação social, existiam muitas casas clandestinas e algumas habitações precárias.
Uma das questões recorrentes era o enorme rol de queixas relativas a pequenos furtos que afectavam os alunos e, quase sempre, apontavam numa direcção: um ou dois bairros próximos da escola onde, a par com habitação social, existiam muitas casas clandestinas e algumas habitações precárias.
Um dos colegas da direcção era um prestigiado militar que
não só conhecia bem as questões de segurança como quem tinha o dever de a
garantir naquela área e lá fomos ambos falar com o então Chefe da esquadra da
PSP do Campo Grande, a quem demos conta dos problemas existentes,
solicitando-lhe que reforçasse o patrulhamento no local.
Depois de nos escutar atentamente, o responsável deu-nos
conta dos meios que tinha à disposição, em homens e viaturas e um mapa da parte
da cidade cuja segurança pública era sua responsabilidade. O dito mapa mostrava
com clareza as zonas onde realmente existiam os problemas de segurança a que a
PSP tinha de dar atenção. A área da escola dos meus filhos não era uma dessas
áreas, porque o volume de queixas, fossem relativas a furtos e roubos fosse a
outros crimes contra as pessoas ou a propriedade, era absolutamente residual.
Resumindo, havia muitas queixas na associação de pais e
poucas na PSP.
Não sei qual é a situação no que respeita a Alcobaça e aos
crimes contra a propriedade. Não sei se a PSP e a GNR têm muitas ou poucas
queixas, nem as zonas do concelho onde são mais ou menos frequentes.
Mas sei que no curto espaço de cerca de treze meses, entre
os primeiros dias de fevereiro de 2017 e meados de março de 2018, numa única
aldeia do concelho, numa única rua e na curta distância de 300 metros, houve
seis furtos com arrombamento, a um estabelecimento comercial e a cinco
residências e seus anexos.
Nesses furtos, além dos danos provocados nos edifícios para
arrombamento, desapareceram dinheiro, alimentos e bebidas, ferramentas,
máquinas, e até a porta do estabelecimento assaltado e veículos motorizados,
tudo no valor de muitos milhares de euros.
Num dos casos, quando a GNR chegou ainda o ladrão se
encontrava dentro da casa assaltada.
Não muito longe, há uns poucos meses atrás, furtaram equipamentos
em pedreiras. Num caso, com ameaças a uma pessoa. Noutro caso, foi identificada
a viatura em que se deslocavam os assaltantes e, consequentemente, os próprios
assaltantes.
Ou seja, em pelo menos dois dos casos referidos conhecem-se
os autores e sabe-se onde habitualmente param e com quem andam.
Na época da azeitona foi furtado pelo menos um motosserra
que, por pouco tempo, tinha sido deixado num olival.
E, há outros casos, como aquele do estrangeiro residente no
Casal do Rei a quem, - obviamente sabendo que ele se tinha ausentado para ir à
sua terra, - levaram todo o recheio da casa, incluindo a mobília.
Ou o estabecimento comercial, na mesma aldeia, onde furtaram
as bilhas de gás que ali estavam para venda.
Talvez a GNR não tenha tido conhecimento da totalidade
destes furtos, mas sei que recebeu as correspondentes queixas da maioria deles.
Talvez não haja um problema de segurança em Alcobaça. Mas,
os factos que acabo de relatar mostram, inequivocamente, que existe um problema
de segurança em algumas partes do concelho de Alcobaça.
Na Ataíja de Cima, claramente, há um problema de segurança.
18-03-2018
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