No âmbito das comemorações do quadragésimo aniversário do
Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, teve lugar no passado dia 28 de
Junho de 2019, nas instalações da empresa Solancis (http://www.solancis.com/pt/), na
Benedita, um evento subordinado ao tema “Inovação tecnológica e economia
circular na utilização de recursos geológicos”
Os cerca de cem participantes receberam as boas vindas do
CEO da Solancis, Sr. Samuel Delgado que se congratulou com o facto de ser
possível este evento que, disse, ficará na história do sector da pedra e deixa
a Solancis muito orgulhosa, por juntar no mesmo propósito a indústria, o PNSAC, e a escola representada
pelo Instituto Politécnico de Leiria, constituindo uma recompensa por muitos
anos de trabalho.
Víamos a PNSAC como um inimigo e agora vê-mo-lo como um
parceiro. Disse.
O Engº Carlos Neves, professor no Instituto Politécnico de
Leiria, proferiu uma palestra subordinada ao tema Fábricas do futuro: A
relação connosco e com o cotidiano, na qual percorreu brevemente as
caraterísticas distintivas das 1ª, 2ª e 3ª revoluções industriais e a 4ª
revolução, que agora desperta e na qual a fábrica, a fábrica do futuro que
agora começa, será bastante diferente das que conhecemos, cada vez mais
automatizada e robotizada constituída por sistemas ciberfísicos, capazes de
produzir produtos inteligentes e centrada no serviço.
Chamou a atenção para o facto de que esta 4ª revolução já começou embora, como aconteceu com as anteriores revoluções industriais, muitos disso se não apercebam.
Chamou a atenção para o facto de que esta 4ª revolução já começou embora, como aconteceu com as anteriores revoluções industriais, muitos disso se não apercebam.
Célia Marques, Diretora
de qualidade, ambiente e território da ASSIMAGRA, falou sobre A
sustentabilidade da indústria extrativa no PNSAC: Compatibilizar e cooperar
para a exploração racional de massas minerais e a valorização do território,
debruçando-se sobre os constrangimentos à actividade extractiva, designadamente
a necessidade de assegurar a sustentabilidade ambiental das explorações na área
do parque natural, respeitando o rico
património paisagístico, geomorfológico e paleontológico, bem como a sociedade,
as populações e a economia tradicional que ainda subsiste em largas zonas e enunciou
os problemas para as cerca de 350 pedreiras (de todos os tipos, apenas 98 de
rochas ornamentais) que laboram na área e nas novas formas, nomeadamente
através de comissões mistas, que vêm sendo encontradas para o diálogo entre o
PNSAC, os municípios e a indústria extractiva.
A Dra. Maria
de Jesus Fernandes, directora do Departamento Regional de Conservação da
Natureza e Biodiversidade de Lisboa e Vale do Tejo, moderou um breve debate, durante
o qual o sr. Samuel Delgado referiu a necessidade de breve aprovação do PDM (de
Alcobaça) que está em revisão desde o ano 2000 e, do mesmo modo o Plano de Ordenamento
do Parque que, igualmente, carece de revisão.
Engº Geólogo
Marco Aniceto, da Solancis, falou sobre alguns dos aspectos da actividade da
Solancis de cujas 12 pedreiras, 9 se situam na área do PNSAC, centrando-se na
recuperação paisagística das pedreiras abandonadas (para cujo enchimento se
aproveitam quer as escombreiras locais, quer desperdícios das pedreiras). Mencionou, a
este propósito, números interessantes:
As pedreiras existentes do PNSAC ocupam uma área de 776 ha, correspondente a 1,94% da área total do parque que é de 40.000 ha.
As pedreiras da Solancis ocupam 34 ha, correspondente a 4,45% da área total das pedreiras.
As pedreiras da Solancis ocupam 34 ha, correspondente a 4,45% da área total das pedreiras.
Na área do parque foram já objecto de recuperação 80 ha, dos quais 21,7%, correspondentes a 17 ha, foram recuperados pela Solancis.
Enunciou medidas tendentes a assegurar a sustentabilidade das explorações, designadamente o facto de que as pedreiras produzem, quase exclusivamente, para alimentar as necessidades da fábrica (sendo que a fábrica só trabalha para satisfazer encomendas), extraindo-se apenas o necessário e quando necessário, minimizando-se os stocks.
Na fábrica, de
imponentes dimensões, que visitámos de seguida, prenderam a atenção deste
visitante o elevado grau de automatização, o sistema de recolha de desperdícios
(toda a fábrica é percorrida por túneis onde correm tapetes rolantes que
recolhem os desperdícios de pedra e os encaminham para o local onde são carregados
nos camiões que os conduzem ao seu destino final), a produção própria de
energia eléctrica, por recurso a painéis fotovoltaicos que já corresponde a quase
20% do consumo, (respectivamente, 1111 kwh/dia e 6098 kwh/dia) e os números, igualmente
impressionantes, relativos à ETAR própria, com capacidade de tratamento de 8000
litros de água por minuto e a produção de lamas que atinge as 30 toneladas
diárias.
Ao terminar
a visita passamos por um veículo plug-in que estava a carregar as suas baterias
e a provar que na Solancis as questões ambientais são levadas a sério.
Numa das paredes da recepção da Solancis este painel mostra diferentes acabamentos da pedra, que a entrada de designers na fábrica e a moderna maquinaria CNC (controlo numérico computorizado) agora permitem.
O PNSAC ofereceu aos participantes algumas das suas publicações:
- Plantas a Proteger no Parque Natural das Serras de Aire e
Candeeiros;
- Guia de Aves do PNSAC;
- Guia de Recuperação de Áreas Degradadas.
- Guia de Aves do PNSAC;
- Guia de Recuperação de Áreas Degradadas.
No decurso da visita tive a oportunidade de cumprimentar dois ataíjenses
que ali trabalham e se hão-de ter interrogado sobre o que eu fazia ali. A resposta
a essa interrogação é simples: Por um lado, a minha convicção de que o assunto
interessa à Ataíja de Cima e o objectivo de dar conta dele neste blog. Por
outro lado, a tentativa – conseguida – de aprender alguma coisa. É que eu acredito
firmemente que, enquanto aprendemos, não envelhecemos verdadeiramente.
A jornada terminou com um pic-nic na Casa Florestal de Vale de Ventos, uma degustação de produtos regionais oferecida pela CMA, que constituiu uma excelente oportunidade para a troca informal de impressões entre os participantes.
A jornada terminou com um pic-nic na Casa Florestal de Vale de Ventos, uma degustação de produtos regionais oferecida pela CMA, que constituiu uma excelente oportunidade para a troca informal de impressões entre os participantes.
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