Uma descrição de Portugal do final do Séc. XVII.
Aqueles que se interessam pelas questões da história local
têm, obrigatoriamente, de consultar um conjunto de publicações de referência, das
quais uma é, inquestionavelmente, a famosa “Corografia Portugueza, e Descriçam
Topográfica do Famoso Reyno de Portugal, com as notícias das fundações das
Cidades, Villas & Lugares, que contèm; Varões illustres, Genealogias das
Famílias nobres, fundações de Conventos, Catalogos dos Bispos, antiguidades,
maravilhas da natureza, edifícios, & outra curiosas observações.”, da
autoria do Padre António Carvalho Costa, publicada em três volumes, entre os
anos de 1706 e 1712.
Mais citada do que estudada, a obra encontra-se, hoje em
dia, disponível numa excelente edição de 2006, fac-símile (reprodução do
original), promovida pela Faculdade de Ciências Sociais da Universidade
Católica Portuguesa (Braga) e pela editora Alcalá, no entanto, de preço
proibitivo.
São, de há muito, conhecidos os defeitos da obra: omissões, limitações,
erros. Mas a empresa era grandiosa e o resultado foi, apesar dessas omissões,
limitações e erros, monumental.
No que respeita ao objecto deste blog, seja, ao estudo das
coisas ataíjenses, nada de novo ou útil (salvo, talvez, a população de
Aljubarrota que computa em quatrocentos e cinquenta vizinhos) se consegue
alcançar nesta Corografia que apenas contém um breve capítulo dedicado às
vilas de Aljubarrota e Alpedriz exemplar, aliás, pelo menos no que diz respeito
a Aljubarrota, das insuficiências da obra.
De facto, o que se diz é curto, pobre e com erros: fora da
vila apenas se refere a existência de quatro capelas ou ermidas: Santo Amaro que
diz ser no Carrascal, fazendo confusão com Carvalhal; São Romão que diz ser no
Carvalhal quando é na Lameira (que, cerca de cinquenta anos antes, o Couseiro dá
como lugar ermo); São Brás, em Chiqueda que, tal como, aliás, no Couseiro, é aqui
chamada de Poços de Suão.
Note-se, finalmente que todas as ermidas referidas são da
freguesia de Nossa Senhora dos Prazeres, omitindo-se todas as então já
existentes na freguesia de São Vicente e referidas no Couseiro.
Podemos, pois, dizer que a leitura da "Corografia Portugueza" do P. Carvalho Costa, é inútil para a compreensão da Ataíja de Cima,
Assim é. Mas é preciso conhecê-la para se poder afirmá-lo.
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