quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Cruzeiros



Cruzeiro s.m. Cruz grande, de pedra, ao ar livre.


 Existem actualmente, na Ataíja de Cima, três cruzeiros:
Um no adro da capela de Nossa Senhora da Graça, reconstruído já no Séc. XXI, após a destruição (ocorrida no final dos anos oitenta, quando foram demolidas a escola e o palheiro do Mira), de um semelhante ali existente e que se situava, então, no meio do Adro, tendo-se aproveitado o fuste.

Outro, na serra, ao cimo da Serventia (coordenadas GPS N 39 32.573 W 8 52.990).
Este tem na coluna a seguinte inscrição: 

N. S.
DA
GRAÇA
ABENÇOAI
OS
OLIVAIS
2-2-1949

 e foi mandado edificar pela comissão de festas desse ano, de que foi juiz o meu pai, João Lourenço Quitério.
Até aqui se desloca a procissão, no dia da festa de N. S. da Graça, em 2 de Fevereiro (realiza-se, actualmente, no Domingo seguinte àquela data) para se proceder à cerimónia da bênção dos campos.
Esta procissão parava, no regresso, junto da lagoa ruiva que era, igualmente, abençoada.

Um terceiro cruzeiro existe junto do Largo do Outeiro.
Era local de paragem dos cortejos de enterro e conhecido, por isso, como o Cruzeiro das Almas. 
O anteriormente existente, uns metros mais a nascente, foi derrubado nos anos de mil novecentos e oitenta e o actual foi erguido em 2008.

Houve, ainda, um quarto cruzeiro, no caminho dos Murtais (Rua da Ponte), junto à ponte sobre a ribeira do Mogo, do lado esquerdo do caminho e na margem direita da "rigueira", cravado na parede da propriedade confinante, o Olival da Ponte que foi de José Ribeiro.
Esta ponte era, apenas, uma grande lage, com menos de um metro de largura, permitindo somente a passagem de peões e animais. Os carros, esses, passavam ao lado, a vau.
Lembro-me de, nessa zona, na pequena subida em direcção aos Murtais, em invernos rigorosos, rebentarem, em pleno caminho, abundantes olhos de água.
Este cruzeiro era, igualmente, ponto de paragem dos cortejos funerários.
Entrou em desuso quando este antigo caminho para Aljubarrota foi substituído pelo actual (EM 553) e, quando eu era pequeno, dele já só sobrava a coluna, entretanto desaparecida.

O cruzeiro da serra - foto de 5-2-2011

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