No texto Padres e casamentos na Ataija de Cima, há duzentos anos demos conta da
descoberta da existência, no início do Séc. XIX, de um padre ataijense, o Pe
Joaquim de Souza.
Continuando a investigar este assunto, através dos registos
paroquiais, viemos a verificar que, entre 1804 e 1821, o Pe Joaquim de Souza é
mencionado em diversos registos de casamento, todos envolvendo nubentes
naturais da Ataíja de Cima e onde intervém quer na qualidade de celebrante,
devidamente autorizado pelo cura da freguesia, quer na qualidade de testemunha.
É o caso, por exemplo, do assento relativo a um casamento
celebrado, em S. Vicente de Aljubarrota, em 12 de Setembro de 1807, no qual o
“Pe Joaquim e Souza da dita Ataija” assina na qualidade de testemunha:
Ou, o assento relativo ao casamento celebrado na Capela de
N. S. da Graça da Ataíja de Cima, em 29 de Outubro de 1820, pelo Pe Joaquim de
Souza, “cura da freguesia de Santo António do Arrimal”, (funções que desempenhou
entre 1819 e 1826).
O celebrante assinou o
assento:
Ou, ainda, o assento de um casamento celebrado na Igreja
Paroquial de Santo António do Arrimal pelo “Pe Manoel Mathias do Cazal de Val
de Ventos” e elaborado e também assinado pelo “Padre Joaquim de Souza Actual
Cura desta Freguesia”:
Este assento tem um pormenor curioso, pelo menos para os
leitores menos familiarizados com este tipo de documentos e que é a “assinatura
de cruz” da testemunha José Amado dos Santos:
Dates ta
Joze + Amado dos Stos
“Assinar de cruz” era, ainda há poucas dezenas de anos, expressão
corrente para significar o assentimento a coisas que se não entendiam.
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