domingo, 11 de novembro de 2018

El Rey Del Mundo





El Rey del Mundo é uma marca cubana de charutos cujas origens remontam a 1848 e no auge do seu prestígio, no início do séc. XX, era a marca de charutos mais famosa e mais cara do mundo.
A partir dos anos de 1960, 1970, os gostos dos fumadores começaram a evoluir para sabores mais fortes e El Rey del Mundo com os seus charutos de sabor suave (que ainda se mantém) deixou de ser a principal marca de havanos.

Em 1905 a fábrica que produzia estes charutos foi adquirida por Diaz Hermanos & Co., que mais tarde mudou o nome para Rey del Mundo Cigar Co, para beneficiar do prestígio do seu mais valioso produto.
Actualmente, os charutos El Rey del Mundo são produzidos pela empresa estatal Habanos S. A.
Por razões que não logramos esclarecer com rigor e pelo menos desde cerca de 1956, sob a mesma marca El Rey del Mundo e usando logotipo semelhante, existem no mercado charutos que nada têm a ver com os verdadeiros havanos, fabricados, até 2009 nas Honduras e depois disso, na Nicarágua, por uma empresa americana designada Villazon & Co.

A caixa que temos presente e cujo interior da tampa acima reproduzimos terá mais de cem anos e é, sem dúvida, posterior a 1912 e anterior a 1920.
De facto, se o logo já ostenta a nova denominação da empresa, Rey del Mundo Cigar Co, no papel que cobre a parte lateral da caixa é visível a legenda Diaz Hermanos & Co, o que nos remete para o período de transição entre ambas as denominações da empresa proprietária. O “Sello de Garantia Nacional de Procedência”, cujos restos se encontram colados no fundo da caixa, mostra que ela é posterior a 1912, data da criação daquele selo e anterior a 1931, data em que o selo sofreu ligeiras alterações.
Tudo, aliás, é bem coerente com o facto de a caixa fazer parte do que foi o espólio hereditário da ataijense Joaquina Coelho, que a terá recebido de seu pai Francisco Sabino que, no início do séc.XX, foi emigrante na América.


Nome bem posto: El Rey del Mundo.
Assim se havia de sentir o emigrante regressado, ainda que com escassos dólares no bolso, a fumar um verdadeiro e perfumado charuto cubano.

O cabelo bem cortado e bem penteado, o bigode encerado, a camisa branca onde brilhava uma gravata de seda, os sapatos, o fato completo de calça, cinto de cabedal, casaco com um decorativo botão na lapela e um lenço branco, bordado, a emergir do bolso, o colete atravessado pela corrente do relógio, tudo havia de fazer um brutal contraste com os seus bisonhos vizinhos, diariamente descalços, cabeça sempre coberta por um negro barrete de borla, vestindo camisas sem colarinho e calças de cós alto onde se enrolava uma longa e negra cinta de pontas pendentes. 

Assim era o emigrante regressado de New Beresford, Massachussetts, América, nos inícios do Séc. XX. Como havemos de ver em próximo post.

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