sábado, 2 de janeiro de 2010

LAGOA RUÍVA

A lagoa ruíva foi, durante séculos, a mais importante estrutura pública da Ataíja de Cima já que, para além das cisternas privadas, não havia, por aqui, outra fonte de abastecimento de água.
Era na lagoa que se dessedentavam os gados, se lavava a roupa e se recolhia a água indispensável ao funcionamento dos lagares de azeite que a rodeavam.
Era a maior das lagoas das redondezas e, por vezes, a única que resistia aos verões mais prolongados, chegando a abastecer-se nela gente dos Casais de Santa Teresa, da Atáíja de Baixo e, até, dos Molianos.
Perdeu importância com a chegada do abastecimento público de água e, rapidamente, foi entulhada para sobre ela se fazer o campo de futebol e o parque de merendas onde hoje se ergue a estátuas Aos Cabouqueiros.

As duas fotografias que se seguem mostram, a primeira, a lagoa ruíva tal como era nos anos quarenta do Séc. XX. Pode ver-se o muro da cerca da quinta, ainda intacto, o portão com suas colunas, a empena da Casa do Monge Lagareiro e o telhado do lagar dos frades, este já arruinado (foi demolido cerca de 1950). Na lagoa, cheia de água, uma cena quotidiana: o carro de burro carregado com uma barrica que o homem enche de água utilizando um cabaço. Atrás da criança vislumbra-se uma mulher a lavar roupa.
Na segunda fotografia, de 1990 ou 1991, vê-se, ao fundo, à direita, a lagoa já quase seca, apenas com um pouco de água no fundo.
(fotografia publicada no livro - M. Vieira Natividade, Mosteiro e Coutos de Alcobaça, Alguns Capítulos Extraídos dos Manuscritos Inéditos do Autor e Publicados no Centenário do seu Nascimento, MCMLX, Alcobaça, Tipografia Alcobacense, 1960 - Estampa XIII, entre páginas 52 e 53)


(fotografia publicada no livro - Fernando António Almeida - Percursos de Fim-de-Semana - Círculo de Leitores, 1992 - pág. 176)

Sem comentários:

Enviar um comentário