Era na lagoa que se dessedentavam os gados, se lavava a roupa e se recolhia a água indispensável ao funcionamento dos lagares de azeite que a rodeavam.
Era a maior das lagoas das redondezas e, por vezes, a única que resistia aos verões mais prolongados, chegando a abastecer-se nela gente dos Casais de Santa Teresa, da Atáíja de Baixo e, até, dos Molianos.
Perdeu importância com a chegada do abastecimento público de água e, rapidamente, foi entulhada para sobre ela se fazer o campo de futebol e o parque de merendas onde hoje se ergue a estátuas Aos Cabouqueiros.
As duas fotografias que se seguem mostram, a primeira, a lagoa ruíva tal como era nos anos quarenta do Séc. XX. Pode ver-se o muro da cerca da quinta, ainda intacto, o portão com suas colunas, a empena da Casa do Monge Lagareiro e o telhado do lagar dos frades, este já arruinado (foi demolido cerca de 1950). Na lagoa, cheia de água, uma cena quotidiana: o carro de burro carregado com uma barrica que o homem enche de água utilizando um cabaço. Atrás da criança vislumbra-se uma mulher a lavar roupa.
Na segunda fotografia, de 1990 ou 1991, vê-se, ao fundo, à direita, a lagoa já quase seca, apenas com um pouco de água no fundo.
(fotografia publicada no livro - M. Vieira Natividade, Mosteiro e Coutos de Alcobaça, Alguns Capítulos Extraídos dos Manuscritos Inéditos do Autor e Publicados no Centenário do seu Nascimento, MCMLX, Alcobaça, Tipografia Alcobacense, 1960 - Estampa XIII, entre páginas 52 e 53)
(fotografia publicada no livro - Fernando António Almeida - Percursos de Fim-de-Semana - Círculo de Leitores, 1992 - pág. 176)
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